sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Admirável Mundo Novo


Passado no ano de 2500, "Admirável Mundo Novo", é, segundo o autor, um "excesso da juventude", embora o tenha escrito com 38 anos. Aldous Huxley, enquanto vivo, várias vezes disse que este era um livro que deveria ter sido revisto e reescrito, mas que nunca o fez pois isso implicaria mudar o livro todo, e provavelmente destruir os méritos que ele tenha.

Neste "Admirável Mundo Novo", Henry Ford é elevado a divindade, e a concepção de novos séries é feita em massa, seguindo o modelo da produção em série idealizado por Ford. Criam-se dezenas de indivíduos, iguais uns aos outros, os chamados grupos Bokanovsky. É basicamente, clonagem em massa. E as pessoas são condicionadas desde embriões, quer a suportar melhor o calor, ou a suportar melhor o frio, a gostar de mais exercício, ou a gostar de pensar mais. Isso leva à divisão por castas. Ípsilons, Deltas e Gamas, que são sempre concebidos em enormes grupos Bokanosvky de 40, 60 ou 80 indivíduos, e os Betas e Alfas, que não passam pelo processo de Bokanosvky.

Além disso, desde a tenra idade dos 5 ou 6 anos, que as crianças têm educação sexual, para que se torne algo natural, e são encorajadas a estar ao pé de pessoas com doenças terminais, para aprenderem a encarar a morte como um processo natural. Tudo isso para que a sociedade esteja absolutamente controlada. Apenas uma pequena parte do planeta não pertence à actual civilização, são as chamadas reservas, onde vivem os Selvagens. É de uma dessas reservas, Malpaís, que vem o Selvagem, demasiado civilizado para Malpaís, e pouco civilizado para o resto do mundo, e portanto, excluído de ambos.

Este livro, mais do que uma obra literária, é uma forte crítica à cada vez mais forte industrialização da sociedade, e os efeitos nefastos do progresso tecnológico e científico. E vê-se claramente que o autor era uma pessoa mais do que pessimista, pois agarrou em coisas completamente normais, e que até poderiam dar (e algumas deram mesmo), azo a grandes avanços tecnológicos para melhor, e mostrou-nos o que de pior poderia acontecer.

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