segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Devaneios de Bach

"Às vezes, pensamos que já não há dragões, que já não resta um valoroso cavaleiro, uma princesa deslizando por florestas misteriosas, encantando veados e borboletas com o seu sorriso. Às vezes, pensamos que a nossa época enterrou as fronteiras e as aventuras. O destino é para além do horizonte; sombras reluzentes que passaram a correr há muito tempo e desapareceram. Que prazer enganarmo-nos! Princesas, cavaleiros, encantamentos e dragões, mistério e aventura... não só existem aqui e agora como são as únicas coisas que sempre existiram na terra! No nosso século, mudaram, claro de roupa. Os dragões usam hoje fatos governamentais e trajos de malgoro e equipamento de tragédia. Os demónios da sociedade guincham, caem rodopiantes sobre nós mal tiramos os olhos do chão se nos atrevemos a virar à direita numa esquina em que nos disseram para virar à esquerda. Tão astuciosos se tornam os aspectos exteriores que as princesas e os cavaleiros podem não dar uns pelos outros, podem mesmo nem se reconhecer a eles próprios.
Tadavia, as senhoras da realidade continuam a entrar-nos nos sonhos para nos dizer que nunca perdemos a protecção de que necessitamos contra os dragões, esses arcos coltaicos azuis que nos ligam uns aos outros para mudarmos o mundo à nossa vontade. O que a intuição sussurra é verdade: Não somos pó; somos magia!
"



Richard Bach

Um Estudo em Vermelho


É neste livro que Holmes e Watson se conhecem. Holmes como um estudante excêntrico por conta própria, e Watson como um ex-médico do exército, ferido no Afeganistão. Passam a viver juntos, partilhando as despesas do (famoso) apartamento 221-B de Baker Street, e Holmes tem o seu primeiro grande caso.

Numa casa abandonada, é encontrado o corpo de um homem sem nenhuma ferida, mas coberto de sangue, e com a cara contorcida num esgar do mais puro terror.

A partir daí podemos assistir às brilhantes e poderosas capacidades de observação e dedução de Sherlock Holmes, além de ficarmos a conhecer algumas particularidades da sua bizarra personalidade.

A história é contada na 1ª pessoa por Watson, que tem um papel de ajudante e biógrafo de Holmes, tornando-se seu amigo.

Eu cá sou um fã de Sherlock Holmes, e sinceramente não me lembro se já tinha lido esta história, mas se já li, foi há tanto tempo que não me lembrava de nada. Só sei que não me desapontou, com aquelas brilhantes deduções e, mais interessantes ainda, as explicações. O que primeiro parece pura sorte e adivinhação, revela-se como nada mais do que profundo conhecimento, e a utilização de umas espectaculares capacidades.

Um grande, grande policial, de uma personagem de quem já toda a gente ouviu falar.

domingo, 30 de agosto de 2009

Fahrenheit 451


Num futuro paralelo, onde os livros foram proibidos, e a sua posse e leitura, punida com a morte, Guy Montag, um bombeiro, cujo trabalho é o de queimar livros, tem um hobbie algo perigoso: colecciona livros.

Desde que todas as casas se tornaram ignífugas (imunes ao fogo), que o trabalho dos bombeiros mudou, do, agora inútil, apagar fogos, para, o provocar fogos. Sempre que um livro é detectado, os bombeiros são enviados para o queimar. Mas Montag, movido por uma qualquer curiosidade instintiva, guarda sempre alguns livros, tirados dos incêndios que provoca.

Um livro pequeno, mas que não deixa de ser excepcional, tanto pelo seu valor literário, como pela sua dura crítica, a uma sociedade que cada vez mais despreza os livros, e o pensamento próprio e livre, e se vira para a televisão.

Podemos ver isso na reversão do trabalho dos bombeiros, que é direccionado para a queima dos livros, e punição dos seus possuidores; e, claro na futurista versão da televisão, que praticamente envolve o espectador nos acontecimentos dos programas.

Como pormenor interessante, não posso deixar de falar dos cartazes de publicidade, que têm centenas de metros de comprimento, para surtirem o seu efeito nos condutores que viajam a velocidades vertiginosas.

Uma leitura rápida, mas nada leve, que transmite uma mensagem poderosa. Sem sombra de dúvida, um brilhante livro.

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

A Ciganita


A Ciganita, escrita pelo imortal Miguel de Cervantes, é uma das narrativas que compõem uma série de narrativas curtas de propósito didático-moral, de entre as quais se retirou esta. Esta novela, a mais extensa de todas, conta a história amorosa de uma formosissima e honesta jovem cigana, que ganha a vida a cantar e a dançar, e de um nobre apaixonado, que, como prova de amor, aceita seguir a vida nómada e marginal da jovem e do seu grupo. De enternecedora a aprazível leitura, esta história dá-nos uma lição profunda e actual, colocando os protagonistas a desafiar os mandamentos e os limites artificiais da moral imposta pela socieade. Aconcelhadissimo!

Aranmanoth

Aranmanoth é um dos melhores livros de fantasia que li até hoje. De Ana María Matute, considerada a Juliet Marrilier espanhola, que publicou os seus primeiros contos aos 16 anos, sai-nos este soberbo livro, profundo, que, embora curto, me deixou de boca aberta, principalmente ao deparar-nos com um final absolutamente inesperado.

Fruto do romance impossivel entre Orso, Senhor de Lines, e a mais nova das fadas da Água, nasceu Aranmanoth (Mês das Espigas). Unico herdeiro das Terras de Lines, Aranmanoth foi entregue ao seu pai aos 1o anos, e lutanto para viver num mundo ao qual não pertence inteiramente devido à sua natureza meio mágica, Aranmanoth vai crescendo.
Orso, obrigado a casar pelo conde a quem prestava vassalagem, recebe um dia em sua casa a noiva vinda do Sul, com o prpósito de se casarem. Porém, a rapariga que lhe estava destinada era uma jovem de apenas nove anos, Windumanoth (Mês das Vindimas). Obviamente impossibilitado de procriar, Orso parte para servir o conde nas suas batalhas, nomeando entretanto o seu filho de dez anos guardião da jovem Windumanoth até ao seu regresso.
Porém, passam-se meses e anos sem o regresso de Orso, e Aranmanoth e Windumanoth, crescendo juntos e felizes apaixonam-se. E Windumanoth, com saudades do Sul, pede desesperadamente a Aranmanoth para a levar de volta à sua terra. E os dois partem então, em busca de algo não mais que um sonho.

Comer, Orar, Amar


Uma narrativa engraçadissima, repleta de humor que nos deixa com um sorriso na cara ao virar de cada página.
Comer, Orar, Amar, é uma auto-biografia da escritora Elizabeth Gilbert, que depois de um divórcio dificil, decide procurar o verdadeiro sentido da vida e o melhor que esta tem para lhe oferecer.
Muito dada a simbologias, decide visitar três países cujo nome começasse com «I». Consequentemente, visita a Itália, onde irá desfrutar dos prazeres da cozinha, Índia, onde irá procurar a meditação e a paz de espirito, e Indonésia onde encontrará o amor.
Um livro muito espiritual, e que por veses nos deixa a pensar, se aproveitamos de facto a vida. Adorei.

sábado, 22 de agosto de 2009

A Morte de Ivan Ilitch


Uma narrativa breve de Lev Tolstoi, o autor de calhamaços como "Guerra e Paz" e "Anna Karenina", "A Morte de Ivan Ilitch" centra-se na condição humana. Ivan Ilitch, um prestigiado juiz, sofre de uma qualquer doença incurável, e tenta procurar uma explicação para a sua agonia. Racionalizar a sua dor. As descrições dos dias de agonia passadas por Ivan, são simplesmente arrepiantes. Ele tanto está com dores brutais, como filosofa.

Ivan Ilitch, questiona-se sobre o significado da vida, o significado da sua vida. Tenta perceber o que fez de mal para merecer aquele castigo, e principalmente, o que é que as outras pessoas fizeram de bem, para não merecerem aqueles castigo. Ivan não tinha propriamente pena de si próprio durante a maior parte do tempo, mas sim ódio das outras pessoas, por se manterem saudáveis, e não reconhecerem à sua frente que ele estava a morrer, criando uma "mentira" à volta da sua doença, como Ivan lhe chama.

A mim pareceu-me que a personagem também começou a ficar um bocadinho paranóica, pois qualquer coisa que visse, que acontecesse, qualquer pessoa que lhe aparecesse à frente, era um atentado à sua pessoa, por se apresentar tão saudável, não normal, tão mundano, enquanto ele ficava deitado, na cama, com horríveis dores.

É um livro que levanta grandes questões, como a importância da vida, a superficialidade da sociedade, o medo da morte, o medo da aceitação da morte, e todos os sentimentos que uma experiência deste género pode trazer ao de cima.

Um livro forte, muito filosófico, muito bem escrito, e que dá para pensar. Poderíamos pedir mais?

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Orgulho Asteca / Sangue Asteca


"Orgulho Asteca" e "Sangue Asteca", originalmente só um livro, "Aztec", escrito por Gary Jennings, provavelmente o melhor escritor de romance histórico de sempre. Para escrever este livro, que por cá foi dividido ao meio por causa da sua extensão (970 páginas +/-), Jennings passou 12 anos a viver no México, para estudar e reunir informação.

O livro começa em 1530, quando, depois de os espanhóis quase extinguirem o povo asteca, o Imperador Carlos, Rei de Espanha, pede ao bispo do México, Juan de Zumárraga, detalhes sobre a vida e os costumes deste povo. O bispo decide então convocar um ancião, de seu nome Mixtli, que significa Nuvem Escura, para que este lhe relate os pormenores que o Rei pediu.

Mixtli não se faz de rogado, e conta toda a sua história, desde criança, até àquele preciso momento, intercalando factos, com divagações suas. Mixtli conta, pormenorizadamente, tudo aquilo porque passou, desde que se formou como escrivão, até ao seu curto tempo como guerreiro, o seu sucesso como pochtéca (mercador), entre muitas outras coisas, mostrando que a sua vida, foi em tudo semelhante ao percurso da nação asteca: épica, heróica, com altos e baixos.

Quanto à escrita, é completamente espectacular. A crueza e naturalidade com que os mais terríveis acontecimentos nos são descritos, é algo absolutamente chocante. As descrições são nem muito alongadas, nem muito curtas, dizendo o essencial, realçando alguns pormenores, mas, no fundo, conseguindo captar a essência das coisas.

Sem dúvida um grande livro (neste caso 2), absolutamente chocante e brutal. Um romance histórico que quase merecia um género literário só para ele. É um livro que retrata o choque entre 3 civilizações: a asteca, com todos os seus deuses e rituais sangrentos, e uma mentalidade completamente diferente de tudo o que já se tinha visto, a espanhola do séc. XVI, com o cristianismo como principal motivador de tudo, e a do leitor, que vê no livro algo completamente de novo nestas duas civilizações e no choque entre elas as duas.

Definitivamente aconselhado.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Fórum Estante de Livros: Leitura Conjunta

No fórum Estante de Livros, vai-se realizar uma Leitura Conjunta, do livro "Morte no Nilo" de Agatha Christie. Basicamente, numa Leitura Conjunta, estamos todos a ler o mesmo livro, e depois no fórum, comentamos sobre ele, conversamos sobre ele, analisamo-lo, todas essas coisas todas.

Ajuda a apanhar pormenores que não apanharíamos, a perceber melhor certas coisas, além de que só pela experiência, de certeza que já vale a pena!

Vai ser a primeira em que vou participar, e mal posso esperar que ela comece! Por falar nisso, começa dia 28 de Setembro!

Ou seja, têm até esse dia para se inscreverem no fórum, e na Leitura Conjunta! Ainda por cima o fórum é qualquer coisa de especial para amantes de livros.

Já sabem, inscrevam-se, registem-se, participem!

Dívida de Sangue


Depois de em "Sangue Fresco", Bill se ter candidatado a um cargo político do meio vampírico, para garantir protecção a Sookie, e de esta ter feito um acordo com Eric, o vampiro manda-chuva da zona, em que se propunha a usar o seu dom de leitura de pensamentos para ajudar Eric, também em troca de protecção, em "Dívida de Sangue", Eric cobra o favor.

Sookie é então "emprestada" aos vampiros de Dallas, chefiados por Stan. Este pede-lhe que use o seu dom para interrogar uma série de humanos, para descobrir um vampiro desaparecido.

Ao mesmo tempo, um dos colegas de Sookie, Laffayette, é encontrado morto no carro de Andy Bellefleur, o polícia local, e Sookie, juntamente com Eric, tenta descobrir o assassino.

A dose certa de mistério, misturada com elementos sobrenaturais, principalmente vampiros, mas com a introdução de algumas coisas novas, como lobisomens e ménades, antigas criaturas da mitologia grega.

Mais uma vez, vemos como a autora, Charlaine Harris, manipula o quotidiano dos vampiros, tornando-os mais reais. Um pormenor interessante é o facto de Sookie apanhar várioas enxertos de porrada, ficado sempre num estado lastimoso.

Assim de repente, parece algo exagerado, pois ela acaba por passar mais de metade do livro toda partidinha, mas se pensarmos nisso, mesmo lendo pensamentos, Sookie é humana, e vê-se constantemente metida no meio de conflitos entre vampiros, seres com 20 ou 30 vezes a força normal de um homem.

Ou seja, faz algum sentido, torna a história mais real, e é isso que faz de Harris uma tão boa escritora: mesmo sendo histórias carregadinhas de sobrenatural, consegue dar um fundo razoável à história, e uma boa dose de realismo.


quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Sangue Fresco


Li este livro de rajada por duas razões. 1ª: Estou de férias, não tenho grande coisa para fazer; 2ª: Fiquei agarrado à história, e queria sempre saber o que ia acontecer a seguir. E não fiquei desiludido. Imprevísivel até à última linha, é aquilo que vos posso dizer. A escritora consegue manter-nos presos à história, apresentando uma trama, não necessariamente complexa, mas completamente imprevisível e surpreendente, com algumas reviravoltas inesperadas, e momentos em que fiquei sem saber o que pensar, tal o que acontecia era diferente do que o que eu tinha imaginado.

O livro é contado na primeira pessoa, pela protagonista, Sookie Stackhouse, uma empregada de um bar, que vive com a avó. E que é telepata. Consegue ouvir os pensamentos dos outros, e sempre encarou isso como uma deficiência, pois não lhe permitia ter muitos amigos, derivado de ouvir pensamentos que preferia não ter ouvido. Mas quando Bill, um vampiro, se muda para a vila onde Sookie vive. Bill é um vampiro misterioso, que se quer tentar integrar na sociedade normal, no meio dos humanos. E Sookie não lhe consegue ouvir os pensamentos.

Um romance difícil acontece entre os dois, com os problemas inerentes a Bill ser um vampiro, a surgirem a todo o momento, como os seus perigosos amigos, ou mesmo ele, que por vezes se torna perigoso, mesmo para Sookie, fazendo um grande esforço para controlar os seus impulsos naturais. Enquanto Sookie e Bill se conhecem um ao outro, e Sookie vai aceitando a sua relação, e aprendendo a conviver com aquele mundo sobrenatural que é o dos vampiros, dão-se uma série de homicídios, que abalam a pequena vila, e que têm como principais suspeitos, Bill, e Jason, irmão de Sookie.

É sem dúvida um livro algo viciante. Nota-se que a autora tem uma escrita simples e fácil, mas que consegue orquestrar e manipular todos os aspectos da história, com uma mestria muito própria. Desde a forma como nos são apresentadas as várias situações quotidianas para um vampiro, até à forma como o suspense é criado, passando pela narração de Sookie, que se adapta perfeitamente, em termos de linguagem e conteúdo, à personagem. Sem dúvida, um livro aconselhado.

Ponte para a Eternidade


O segundo livro de Richard Bach, um famoso e controverso escritor, que viu o seu auge nos anos 80. Este romance, que me foi emprestado com um sorriso, submeteu-me sem escapatória a horas de absoluto deleite.

Nesta auto-biografia, Bach conta-nos da sua busca infindável pela mulher perfeita, o amor da sua vida. Sentindo-se um estranho na Terra, Bach explora, critica e filosofa sozinho, até esbarrar com Leslie Parrish - actriz inteligente, cativante, bonita e revolucionária - que a principio aos olhos de Richard não passa de uma irmã, a sua melhor amiga.

Aos poucos, entre os biscoitos que os dois partilhavam e os jogos demorados de xadrez, Bach vai-se apercebendo da facilidade com que Leslie alegra o seu dia...

Mais que recomendado!

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Cell - Chamada para a Morte


O segundo livro de Stephen King que leio, e não me decepcionou. Provavelmente o livro que mais gostei de ler até hoje, "Cell - Chamada para a Morte" é uma história bem ao estilo de King, horror puro, o sobrenatural introduzido levemente e depois a ter um papel praticamente central na história, gore à força toda, e uma escrita fluida, agradável e simplesmente brilhante.

Ao contrário de grande parte das histórias, este livro não tem um fim apocalíptico. Muito menos um clímax apocalíptico antes do fim. Tem um começo apocalíptico. Na minha versão de bolso, na 5ª ou na 6ª página (imagino que na edição normal, seja logo na 2ª ou 3ª página), começa imediatamente e sem qualquer tipo de aviso, uma onde de destruição tal, que me prendeu imediatamente à história.

O causador é o Impulso, um qualquer fenómeno estranho, difundido através dos telemóveis, que basicamente transforma todos aqueles que usarem um telemóvel, numa espécie de zombie-apático-numa-fúria-destruidora-imune-à-dor. Clayton Riddel, e os seus companheiros, tentam sobreviver no meio da devastação caótica em que o mundo se tornou, tal como todos os sobreviventes do Impulso.

Começam a descobrir várias coisas sobre os tais 'zombies', incluindo que eles vão evoluindo, e começam a desenvolver poderes telepáticos, e de levitação e afins. Um incidente em particular chamou-me a atenção. Encontram uma fanática religiosa, que tenta apregoar a sua religião ao grupo, e Tom exibe uma atitude furiosa perante a mulherzinha. Já em "Carrie", uma das personagens, a mãe de Carrie, era uma fanática religiosa. Só li estes dois livros, mas acho que o autor tem algum problema com fanáticos religiosos...

Com pelo menos mais um momento semi-apocalíptico, e um definitivamente apocalíptico (uma explosão, e uma grande explosão), temos uma história repleta de acção da primeira à última linha, sem momentos mortos. Muitos mortos, com mortes horrorosas e sangrentas e nojentas, mas momentos mortos? Zero. Nota-se uma focalização, que também se vê em "Carrie", nos pensamentos das personagens. Diria até uma atenção muito forte para os pensamentos das personagens.

Um livro que só vem provar como Stephen King é um dos melhores autores do mundo, e que vem mostrar porque é que ele é o autor mais bem pago do mundo, e que me vem cimentar a posição dele como meu escritor favorito.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Colecção Sherlock Holmes, no DN, 2


Hoje no Diário de Notícias:

"Devido a problemas alheios ao Dn, foi necessário alterar a ordem de entrega da colecção: assim, hoje estará nas bancas o volume com os contos Os Planos do Submarino 'Bruce-Partington', O Pé do Diabo e A Caixa de Papelão"

Pelos vistos a distribuição alterada, e por isso, hoje saiu o 3º volume, em vez do 2º, com este a sair na data prevista para o 3º volume. Confuso, mas acontece. E pelos vistos também a ordem das histórias não é bem aquela que eu tinha no post anterior, por isso, cá vai nova lista:

(Já saiu) 1º Volume - Um Escândalo na Boémia * O mistério de Boscombe * O Carbúnculo Azul
(Já saiu) 3º Volume - Os Planos do Submarino 'Bruce-Partington' * O Pé do Diabo * A Caixa de Papelão
(06/08) 2º Volume - O Problema Final * O Paciente Internado * O Enigma de Reigate * O Corcunda
(09/08) 4º Volume - A Ciclista Solitária * A Escola do Priorado * Pedro Negro
(11/08) 5º Volume - A Tragédia do 'Glória Scott' * A Estrela de Prata * O Tratado Naval
(13/08) 6º Volume - A Casa Vazia * O Construtor de Norwood * Os Dançarinos
(16/08) 7º Volume - O Homem do Lábio Torcido * Um Caso de Identidade * A Faixa Malhada * As Cinco Sementes de Laranja
(18/08) 8º Volume - Um Estudo em Vermelho
(20/08) 9º Volume - O Signo dos Quatro
(23/08) 10º Volume - Charles Augustus Milverton * O Atleta Desaparecido * A Granja da Abadia
(25/08) 11º Volume - A Liga dos Cabeça Vermelha * O Solteirão Nobre * As Faias Cor de Cobre
(27/08) 12º Volume - O Intérprete Grego * O Ritual de Musgrave * O Escrituário de Corretagem

Agora, peço desculpa pelas informações erradas, mas são os mesmos motivos alheios ao DN, que também me são alheios, por isso a culpa é do alheio.

Mais qualquer alteração, e eu avisarei.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

The Picture of Dorian Gray


A mais conhecida obra de Oscar Wilde, "The Picture of Dorian Gray" é uma espectacular narrativa, de um homem que não envelhece. Dorian Gray é um jovem na altura em que Basil Hallward pinta o seu retrato, e é considerado por muitos como o mais belo jovem de todos. Numa tarde, em que Lord Henry Wotton se encontrava na casa de Basil, Dorian Gray aparece, para que o pintor acabe o seu retrato. É esta a primeira vez que Dorian e Lord Henry se encontram, e é o começo de uma amizade, cultivada pela personalidade de Lord Henry, com as suas teorias provocativas sobre tudo, e o fascínio deste por Dorian, como sujeito psicológico.

Nessa mesma tarde, Basil acaba o retrato, e Dorian, ao vê-lo, fica espantado pela obra-prima que o seu amigo pintou, e apercebe-se verdadeiramente, pela primeira vez, da sua beleza, e, num impulso, diz que daria a sua alma para que o quadro envelhecesse em vez dele, para que ele continuasse sempre jovem e belo, enquanto o quadro carregava as consequências dos seus pecados.

O desejo de Dorian torna-se realidade, embora só ele repare, através das mudanças que começam a aparecer no quadro. Ele fecha-o à chave num quarto, e tapa-o, só olhando para ele de tempos a tempos, para poder olhar para a sua alma, e ver o que os seus pecados lhe estão a fazer. E assim Dorian vive uma vida cheia de pecados, e tentações, numa constante busca de prazer, sem, no entanto, envelhecer um único dia, ou perder o mínimo traço da sua beleza.

Um livro que trata, muito aprofundadamente, sobre a moralidade e a imoralidade, a ética e falta dela. Acho que, acima de tudo, levanta a questão: "Se ninguém souber, se não houver qualquer vestígio, se nos mantivermos jovens e de inocência pura para todo o sempre, faremos aquilo que muito bem nos apetecer, viveremos uma vida 'pecaminosa'?". E além de levantar a questão, responde-lhe, ao mostrar-nos o que acontece com Dorian Gray, que não envelhece, e que é "envenenado" pelas teorias e a influência de Lord Henry. Podemos observar a lenta queda em decadência de Dorian, sem que nenhuma marca dessa decadência seja visível na sua figura, e as consequências que isso tem na sua mente.

Tendo lido o livro em inglês, tive que prestar o décuplo da atenção, e não perdi muitos pormenores, e posso por isso dizer, sem qualquer sombra de dúvida, que é um livro brilhante, através do qual podemos observar as consequências da "imunidade", que se ganha, quando se deixa de envelhecer, ou mudar fisicamente, independentemente do que façamos. Sem dúvida um grande livro, do grande escritor que é Oscar Wilde.

domingo, 2 de agosto de 2009

Colecção Sherlock Holmes, no DN


A partir de hoje, 2 de Agosto, e até dia 27 de Agosto, todos os Domingos, Terças e Quintas, um livro do Sherlock Holmes, grátis, com o Diário de Notícias.

São ao todo 12 livros, com 34 histórias, todas elas sobre o mais famoso detective de sempre, Sherlock Holmes, a brilhante criação de Sir Arthur Conan Doyle.

A lista é a seguinte:
  • (2 de Agosto) 1º Livro: Um Escândalo na Boémia * O mistério de Boscombe * O Carbúnculo Azul
  • (4 de Agosto) 2º Livro: O Problema Final * O Paciente Internado * O Enigma do Resgate * O Corcunda
  • (6 de Agosto) 3º Livro: Os Planos do Submarino "Bruce Parrington"
  • (9 de Agosto) 4º Livro: A Ciclista Solitária * A Escola do Priorado * Pedro Negro
  • (11 de Agosto) 5º Livro: A Tragédia do Glória Scott * Estrela de Prata * O Tratado Naval
  • (13 de Agosto) 6º Livro: A Casa Vazia * O Construtor de Norwood * Os Dançarinos
  • (16 de Agosto) 7º Livro: O Homem do Lábio Torcido * Um caso de Identidade * A Faixa Malhada * As 5 Sementes de Laranja
  • (18 de Agosto) 8º Livro: Um Estudo Vermelho
  • (20 de Agosto) 9º Livro: O Signo dos 4 * O Pé do Diabo * A Caixa de Papelão
  • (23 de Agosto) 10º Livro: Charles Augustus Milverton * O Atleta Desaparecido * A Granja da Abadia
  • (25 de Agosto) 11º Livro: A Liga dos "Cabeça Vermelha" * O Solteirão Nobre * As Faias Cor de Cobre
  • (27 de Agosto) 12º Livro: O Intérprete Grego * O Ritual de Musgrave * O Escrituário da Corretagem
E todos eles grátis! Na compra do jornal, claro está, mas mesmo assim, são livros brilhantes ao preço da chuva! Eu digo que é uma colecção de aproveitar!

P.S. - Um obrigado à White_Lady, pela informação disponibilizada no fórum Estante de Livros!