sábado, 18 de setembro de 2010

Voo Nocturno

Quando vi que este livro era do autor de "O Principezinho", fiquei logo de pé atrás. É que eu, ao contrário da maior parte das pessoas, detestei "O Principezinho". E já o li umas duas vezes, para a escola!

Ou seja, as expectativas não eram muito altas, e estava a pensar numa leitura mais de "despachar isto", para avançar para o próximo. Mas confesso, contra vontade, que o livro me surpreendeu ligeiramente.

Não tinha aquele nonsense do Principezinho, nem aquela história de traços infantis, e até um pouco ridícula, na minha opinião. Este "Voo Nocturno" revelou-se uma história com pés e cabeça, completamente verosímil, e sem tentar forçar uma ideia, uma moral, na cabeça do leitor.

A história é sobre um serviço de correio aéreo nocturno, que está à experiência, para tentar combater os avanços dos outros meios de transporte. Rivière, o homem que coordena esta serviço, é um homem aparentemente frio e insensível, que vive única e exclusivamente para os seus voos nocturnos.

Mas Rivière é na verdade um homem sentimental, ainda que implacável, se bem que apenas o é porque quer que o serviço de voos nocturnos tenha sucesso. A aviação é a sua vida, os voos nocturnos o seu orgulho, e ele não pode, pura e simplesmente, perder a batalha.

Pelo meio, ainda acompanhamos a viagem atribulada de um piloto, com poucas hipóteses de sobreviver, e que pode pôr em casa tudo aquilo porque Rivière tanto trabalhou.

A própria personagem de Rivière agradou-me bastante, estava muito bem trabalhada. Já a do inspector, Robineau, aborreceu-me um bocadinho. E havia algumas passagens com expressões mais técnicas (suponho eu) sobre aviação, que eu não percebi patavina.

Não sendo um livro que eu ache muito bom, foi razoável. E vindo deste autor, isto é um grande elogio...

2 comentários:

Pedro disse...

Não gostaste do Principezinho.

...

=OOOOO

Eu já li umas 300 vezes "O Principezinho". De todas as vezes, cheguei a uma diferente conclusão. Para mim, o livro é a prova em como nós crescemos...
E é encantador.

Mas acho bastante curioso não conseguires separar-te infantilidade da obra (porque não deixa de ser um livro infantil). Mesmo curioso. Há coisas bastante ridículas, mas para mim tudo faz parte desse imaginário.

Bem, mas quanto a este livro... Duvido que alguma vez o vá ler, mas gostava de experimentar o lado mais sério de Saint-Exupéry.

Rui Bastos disse...

Yap, sou a ovelha negra dos leitores... Do Principezinho só se aproveita mesmo o Rei xD

Mas aconselho-te a ler este, a sério ;)