quinta-feira, 16 de junho de 2011

Que as citações nos caiam em cima [8]

Não tenho nada de inteligente ou de engraçado para dizer. Acabei de me deparar com este diálogo, enquanto lia (numa das minhas raras pausas no estudo para os exames), e achei esta parte particularmente digna de vir parar a esta rubrica.

"No limiar do bosque as campânulas haviam invadido o campo, como uma verdadeira inundação. Mas iam já murchando. Clara dirigiu-se para lá. Ele seguiu-a. Aquelas flores seduziam-no.
- Repare, como se escapam do bosque... - disse Paul.
Ela voltou-se, com um movimento de simpatia e gratidão:
- É verdade. - e sorriu.
O sangue dele começou a ferver.
- Faz-me pensar nos homens primitivos que viviam nas florestas, e que deviam horrorizar-se quando se encontravam no espaço livro e descoberto.
- Crê que seria isso? - indagou ela.
- Gostava de saber quais seriam os mais assustados, nessas velhas tribos: se os que, da escuridão das matas, saíam para a luz, ou os que, vindo de fora, entravam pé ante pé na floresta."

D.H. Lawrence, "Filhos e Amantes"

Não sei explicar, acho que gostei da metáfora/imagem/alegoria, o que lhe quiserem chamar. Apreciem.

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