quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Harry Potter e os Pormenores [4]




Acho que já todos tinhamos reparado que o Harry não tinha os olhos da Lily, mas não percisavam de acentuar tanto a diferença. Bem, acho que podia ser pior, como por exemplo o Crabbe virar preto e magro. (Como se eles algum dia permitissem tal coisa!)

A minha teoria sobre o sucesso de Harry Potter


Não é propriamente minha, apesar de ainda não a ter visto em lado nenhum. Mas também, verdade seja dita, não procurei. A minha teoria é algo em que a maior parte de vocês provavelmente já pensou: a saga cresce. Não digo isto no sentido de ter mais livros ou mais páginas, mas sim em termos de maturidade. Literalmente.

Começa por ser uma criança, com dois livros bastante juvenis/infantis. Depois torna-se numa pré-adolescente em busca de afirmação, no terceiro e no quarto livro, que descobre o lado negro da vida e que procura sensação novas. E é então que chega à fase de adolescente irritante, num longo e irritante quinto livro, apenas para dar lugar a uma jovem adulta confiante e segura de si mesma, que não hesita em ser mais crua e que não recua perante situações absolutamente impensáveis para os primeiros livros.

Faz sentido não faz? E quantos dos seus leitores não cresceram exactamente da mesma maneira, praticamente ao mesmo tempo? Eu sei bem que é algo inerente a todas as sagas com esta longevidade e extensão, e que se torna ainda mais acentuado em sagas maiores, mas nesta em particular é possível ver como a saga acompanha na perfeição o seu público-alvo, crescendo com ele e assim mantendo sempre o seu interesse.

Pode ter sido propositado, meramente acidental ou a evolução natural da saga enquanto saga, mas não tenho qualquer dúvida de que este crescimento é uma das chaves fundamentais para o seu tremendo sucesso em todo o mundo!

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban


Título: Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban

Autor: J.K.Rowling
Tradutor: Isabel Fraga

Sinopse: Faltavam ainda algumas semanas para o fim de mais umas horrendas férias de Verão com os Dursleys, quando Harry ouve a triste notícia da vinda da detestável tia Marge! Quebrando as leis de Hogwarts, Harry não resiste a usar os seus poderes de feiticeiro e acaba por abandonar a casa dos tios, deixando a perplexa tia Marge, mais inchada do que um balão, a flutuar junto ao tecto da cozinha dos Dursleys... Mas este terceiro ano de Harry Potter na Escola de Magia e Feitiçaria esconde perigos insuspeitados. De Azkaban, a prisão-forte dos feiticeiros, evade-se o prisioneiro mais temido, Sirius Black, que muitos dizem ser o fiel servidor de Voldemort, o Senhor das Trevas. E porque repetiria ele, durante o sono, a frase: "Ele está em Hogwarts... Ele está em Hogwarts"? Estaria a referir-se a Harry Potter? Tudo indica que sim. O nosso herói não está a salvo nem mesmo dentro das paredes da Escola, agora que o lado negro está a reunir as suas forças. A atmosfera em Hogwarts torna-se cada vez mais tensa. Quem é, afinal, Sirius Black? Porque é que os Dementors, os guardas de Azkaban, têm um efeito tão devastador sobre Harry? Haverá realmente um traidor entre os seus amigos de Hogwarts? A cada nova aventura, Harry enfrenta forças mais poderosas, a cada nova aventura, levanta-se um pouco mais o véu que esconde os mistérios da sua família...


Opinião: É com alguma relutância que escrevo esta minah terceira critica à saga de Harry Potter (embora já tenha acabado o sétimo) uma vez que receio o enjoo dos nossos leitores relativamente a este tema, mas prometemos que - pelo menos - dentro de um mês, tudo terá voltado à normalidade.

Ora bem, quanto a O Prisioneiro de Azkaban, sempre foi o livro da saga que eu considerava menos interessante. Vá-se lá saber porquê, talvez por Lord Voldemort não atacar o Harry directamente, talvez o confronto final com os Dementors não me tenha caído bem, não sei. Era o que menos gostava.

Felizmente (ou infelizmente) desde os meus doze anos muita coisa mudou. Uma delas foi a minha perspectiva relativamente a este terceiro volume da saga de Rowling, que hoje considero como o ponto de viragem fundamental em toda a história do Harry.

Não só ficamos a saber mais e importantes pormenores relativamente ao passado de alguns membros da (ainda para vir) Ordem da Fénix, como também são adicionados alguns pormenores relativos ao mundo mágico na minha opinião geniais: o vira tempo, Dementos e Animagi.

Lupin, Sirius e Wormtail entram também em cena pela primeira vez. Nutri uma simpatia imediata com a personagem de Remus Lupin (que entretante veio a esmorecer ao longo da saga), e com Sirius, cuja imprudência e lealdade me cativaram.

Penso que a personagem de Peter Petigrew é uma das mais características e bem contituídas de toda a saga, devido ao carácter tão fácilmente identificável.

Um exemplo da evolução de Rowling e do próprio Harry, este terceiro volume, que ao entrar na pré-adolescência deixa finalmente as piadas sobre cócós.

Harry Potter e os Talismãs da Morte

Título: Harry Potter e os Talismãs da Morte
Autor: J.K.Rowling
Tradutor: Alice Rocha, Manuela Madureira, Maria Georgina Segurado e Maria do Carmo Figueira

Sinopse: É neste sétimo volume que Harry Potter irá travar a mais negra e perigosa batalha da sua vida. Dumbledore reservou-lhe uma missão quase impossível - encontrar e destruir os Horcruxes de Voldemort... Nunca, em toda a sua longa série de aventuras, o jovem feiticeiro mais famoso do mundo se sentiu tão só e perante um futuro tão sombrio. Chegou o momento do confronto final - Harry Potter e Lord Voldemort... nenhum pode viver enquanto o outro sobreviver... um dos dois está prestes a acabar para sempre... Os seus destinos estão misteriosamente entrelaçados, mas apenas um sobreviverá... Numa atmosfera apoteótica e vibrante, Rowling desvenda-nos, por fim, os segredos mais bem guardados do universo fantástico de Harry Potter e deixa-nos envoltos, talvez para sempre, na sua poderosa magia. Este sétimo volume tem sido considerado pelo pública e pela crítica como o melhor de toda a série Harry Potter.

---------- Esta opinião contém, muito provavelmente, alguns spoilers ----------

Opinião: Se fosse uma pessoa mais sentimental, agora seria aquela altura em que teria a lágrima ao canto do olho. É que é com este livro que a saga que me acompanhou pela infância e adolescência fora chega ao fim. E que glorioso fim!

Confesso que no intervalo de tempo entre acabar de ler o sexto livro e começar a ler este último, receei seriamente pela minha sanidade mental. Tantos anos a acompanhar a saga, que tem uma evolução tão grande, e um sexto volume espectacular como o foi o Príncipe Misterioso, temi que Rowling não fosse capaz de se superar a si mesma, e que não conseguisse atar todas as pontas soltas e dar o fim merecido a todas as personagens e à própria saga.

Durante este interregno tive medo que o último livro que fosse ler desta espectacular série fosse uma bela duma porcaria. Ou melhor, já estava de tal forma ansioso que ficaria desiludido com qualquer coisa abaixo de divinal!

Mas, felizmente para a minha psique (até pareço uma pessoa culta a falar), Rowling sabe o que faz, e escreveu um sétimo e último volume divinal, com uma mestria que tem vindo a apurar desde a Pedra Filosofal, com uma escrita que evoluiu com o passar dos anos, dos livros e com a própria evolução das personagens. De direccionado para crianças, passando por uma fase juvenil (brrr), e chegando a uma fase mais adulta, tanto os livros como a escrita tiveram uma evolução espantosa e muito positiva.

Neste último volume fecham-se todas as portas e matam-se (quase todas as personagens principais?) muitas personagens, criando assim o tão esperado final de Harry Potter que excede todas as expectativas, apesar de alguns momentos que parecem mais mortos, no que toca ao tempo interminável em que andaram fugidos por bosques e florestas No entanto mesmo isso é apenas um pequeno contratempo, que nem é assim tão morto quanto isso, neste livro cheio de acção até ao último momento, absolutamente... divinal!

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Harry Potter e os Pormenores [3]


Tenho pouca coisa a dizer, desta vez. Das duas uma, ou se andam a esgotar as falhas, ou então tive menos atenção nestes últimos livros. Mas bem, vamos lá.

Pormenor defeituoso a sério só tenho um, e que nem é bem uma falha, é mais um aspecto curioso. Já repararam que ao longo de 7 livros, correspondentes a 7 anos, em que acompanhamos as mesmas personagens durante meses e meses, quase sempre no mesmo sítio (Hogwarts), só vemos duas pessoas a fazerem anos? O Harry, logo no princípio, e o Ron, UMA VEZ, no sexto volume. Quer dizer, às tantas deixei passar algum aniversário, mas que me lembre mais ninguém faz anos.

E pronto, não tenho mais defeitos a apontar. Só tenho mais uma coisa para vos mostrar: uma citação tirada do início do sexto livro, em que o Snape fala do Harry, e que vai de encontro àquilo que tenho vindo a dizer acerca da sua sorte endiabrada:

"É claro, depressa me apercebi de que ele não possuía qualquer talento extraordinário. Tem conseguido desenvencilhar-se de algumas situações difíceis através de uma simples combinação de pura sorte e amigos mais talentosos que ele. O Potter não podia ser mais medíocre, embora não deixe por isso de ser tão irritante e presumido como o pai era."

Pimbas.

domingo, 28 de agosto de 2011

Harry Potter e o Príncipe Misterioso

Título: Harry Potter e o Príncipe Misterioso
Autor: J.K.Rowling
Tradutor: Alice Rocha, Manuela Madureira, Maria do Carmo Figueira e Isabel Nunes

Sinopse: Voldemort está mesmo de volta! Esta é a terrível confirmação que agita o início do sexto ano na escola de feitiçaria de Hogwarts. O crescente poder maléfico de Voldemort e do seu vasto exército de Devoradores da Morte é cada vez mais visível, não só no mundo da Magia como no mundo dos Muggles. Agora, mais do que nunca, é necessário reunir forças para combater o mal e, para isso, Harry e Dumbledore visitam o passado misterioso de Voldemort e o coração da magia negra, e desvendam alguns segredos verdadeiramente espantosos. Mas são muitos mais os enigmas que Harry terá de resolver, entre eles, um muito em especial - quem é o príncipe misterioso a quem pertenceu o livro de poções que Harry recebeu e que revela conhecimentos poderosíssimos e perigosos? Poderá contar com ele como aliado ou será mais um inimigo a vencer? Neste penúltimo livro da série, as forças são testadas até ao limite, e Harry terá de apelar a toda a sua coragem e determinação para prosseguir na luta contra o temível senhor das trevas!... Será que vai conseguir?



---------- Esta opinião contém, muito provavelmente, alguns spoilers ----------

Opinião: Este é o primeiro livro da saga a que me atrevo chamar genial, pelo simples facto de o ser de facto (passe a redundância lexical).

Acho que é pelo ambiente, definitivamente mais negro que nunca, e por causa das milhentas novas revelações acerca da vida de Voldemort. Aliás, eu já já me perguntei se uma saga com Tom Riddle/Lord Voldemort como protagonista não seria tremendamente interessante...

Mas bem, falando deste livro, há aqui vários pontos de interesse, a começar pelo início (passe a redundância, desta vez de conteúdo) algo peculiar, em que até vemos Snape a confraternizar, fora da escola, num momento que até pode ser considerado comovente! E como não podia deixar de ser, um final algo inesperado, ainda que inevitável. Pelo meio ainda temos direito a ver o Snape leccionar Defesa Contra a Magia Negra, o surgimento de um novo professor de Poções, Horace Slughorn, um Slytherin bastante peculiar enquanto personagem, e que se vem a revelar uma peça importante no enredo; o livro de Poções do Príncipe Meio-Sangue, que Harry a modos que "herda", e que lhe dá uma preciosa ajuda a vários níveis, embora também lhe dê alguns problemas. E é este "Príncipe Meio-Sangue" que se vem a revelar uma grande surpresa...

Enfim, acho que aquilo que o livro tem de realmente interessante é a forma como Dumbledore vai dando a Harry um papel cada vez mais activo na luta contra Voldemort, contando-lhe tudo o que sabe da sua história, e tudo aquilo que adivinha dos seus planos, de forma a que Harry o consiga derrotar, e que ao mesmo tempo nos mergulha a nós, leitores, na história do mais malvado feiticeiro que porventura já existiu, deixando-nos embrenhados nos mistérios e nos seus enigmas (riddles, curtiram?).

Não hesito agora em afirmar que começa neste livro um dos melhores finais de saga que já li!

P.S.: SNAAAAAAAAAAAAPEEEEEEEEE!

sábado, 27 de agosto de 2011

Harry Potter e a Ordem da Fénix

Título: Harry Potter e a Ordem da Fénix
Autor: J.K.Rowling
Tradutor: Isabel Fraga, Manuela Madureira, Isabel Nunes e Alice Rocha

Sinopse: Este tem sido um Verão ainda mais insuportável que o costume, para Harry Potter. Sozinho com os Dursleys, não consegue perceber por que razão Ron e Hermione lhe enviam respostas tão vagas às suas cartas. Isolado do mundo mágico a que pertence, Harry segue atentamente os noticiários, convencido de que até os Muggles se aperceberão de alguma coisa, se Lord Voldemort voltar a atacar... E é então que os acontecimentos se precipitam. Parece impossível, mas, no bairro mais muggle do mundo muggle, Harry é emboscado por Dementors! Para salvar a sua vida e a do primo Dudley, Harry não tem outra hipótese senão usar magia - mesmo sabendo que isso significará a sua expulsão mais que certa de Hogwarts. Enquanto o Ministério da Magia continua a não acreditar que o terrível Senhor das Trevas está de volta, Voldemort e os seus fiéis Devoradores da Morte já começaram a preparar o seu regresso ao poder. Porém, há uma nova esperança: uma antiga Ordem secreta, da qual os pais de Harry fizeram parte, voltou a organizar-se - e Dumbledore está atento.


---------- Esta opinião contém, muito provavelmente, alguns spoilers ----------

Opinião: E aqui encontramos o quinto livro, carinhosamente apelidado de o calhamaço da saga, com as suas 750 páginas e uma história que nunca mais acaba. É também o primeiro livro que tem uma grande parte da história a ocorrer fora de Hogwarts; o primeiro em que o vilão de serviço é o Voldemort renascido; o primeiro em que o Dumbledore faz uso dos seus poderes incomensuráveis para lutar... Acho que se pode concluir que é de facto um livro especial, no meio dos 7 que constituem esta saga.

Como tal, este quinto livro é a peça final do processo de transição entre o tom juvenil dos dois primeiros livros e tom sombrio dos dois últimos, processo esse que tinha começado com o terceiro livro. Se há livro que assassina completamente a criança que há em Harry Potter, é este.

E as coisas começam logo a correr mal no início, com a visita dos Dementors ao bairro de Muggles onde vivem os tios de Harry. Devo confessar que este é um aspecto que me agrada bastante num livro, um início abrupto e, de certa forma, violento. É uma das coisas que tanto aprecio nos livros de Stephen King, o meu escritor favorito.

No entanto, e apesar de todas as coisas espectaculares que acontecem, como aparecerem montes de personagens fabulosas, muitas vezes juntas, como Sirius, Lupin, Tonks, Olho-Louco e tantas outras, há uma coisa que me desagrada imenso. Digamos que odeio (abomino!) o trio de protagonistas quando viram adolescentes. Em particular o Harry.

Pareceu-me que tudo aquilo que ele dizia era seguido de um "exclamou Harry, zangado", ou "disse Harry, impetuosamente", ou "gritou Harry, furioso". O desgraçado do rapaz passa as 750 páginas zangado com o mundo. Ou seja, é um adolescente normal, eu sei, mas é absolutamente insuportável... Até aposto que o livro teria menos 100 páginas, se ele se calasse um bocadinho, não gritasse, e ouvisse o que os outros tinham para lhe dizer.

Como ponto positivo, aparece a Umbridge, para apimentar as coisas. É uma personagem verdadeiramente desprezível, sei bem disso, mas protagoniza momentos absolutamente hilariantes, aliás, acho que só a presença dela já era hilariante, sempre impecavelmente vestida de cor de rosa, cheia de fru-frus e coisinhas, com o seu amor incondicional a gatos, e a descrição que lhe dá um ar vagamente anfíbio. Esta odiada professora de Defesa Contra a Magia Negra, que está em Hogwarts à revelia de Dumbledore e a mando do Ministério, acaba por ser uma importante catalisadora dos mais variados acontecimentos.

Termino ao dizer que gostei bastante deste livro, que fica um bocadinho abaixo do terceiro, na lista dos favoritos, em grande parte graças à incrível quantidade de hormonas adolescentes-revoltados-com-o-Mundo presentes em cada página, que me fazem tirar-lhe pontos, apesar de a batalha no Ministério ser digna de nota, assim como o caos causado pelos gémeos Weasley.

Ou seja, o livro assusta, de grande que é, mas, e apesar de algumas pequenas contrariedades adolescentes, vale a pena cada segundo desperdiçado.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Harry Potter e os Pormenores [2]


---------- Esta opinião contém, muito provavelmente, alguns spoilers ----------


Vamos lá ver mais pormenores que me atrofiam a mente.


Para começar suavemente, algo que já mencionei na opinião do quarto livro: a utilização de  por várias personagens, incluindo Sirius e Hagrid, este último ao responder a Dumbledore; a utilização de que droga! (ou parecido) por Ron e de Hermione a terminar uma frase com valeu?; e por fim, algo novo, o Peeves a chamar Biruta, um termo brasileiro para designar alguém maluco, ao Harry.


Mais uma vez digo que não sei se serão problemas com a tradução, no caso do , ou de opções da autora, mas os brasileirismos não têm safa. Ainda por cima isto coincide com a passagem de apenas uma tradutora para todo um batalhão delas, o que me leva a questionar a sapiência dessa decisão...


Agora algo relacionado com os Thestrals. Os Thestrals são criaturas mágicas de aparência estranha, que vimos a saber, via uma aula de Hagrid, no quinto livro, serem apenas visíveis para aqueles que já viram alguém morrer. No início desse mesmo livro, descobrimos que as carruagens que costumam levar os alunos acima do primeiro ano para o castelo, e que sempre pareceram ser puxadas por seres invisíveis, são puxadas por Thestrals. Sabemos ainda que Harry é capaz de os ver porque no último livro presenciou a morte de Cedric Diggory.


Ora, no final do quarto livro, na página 583 da minha edição, já depois de ter presenciado a morte de Diggory, quando chega a altura de se irem embora da escola, são escoltados pelas mesmas carruagens que ficamos a saber no livro a seguir serem puxadas pelos Thestrals. Então não é que o Harry não vê nada? Mas se já tinha visto o Diggory morrer, devia ver, estou certo? Enfim, uma pequena incoerência, ainda que pouco relevante.


Por fim, algo que já me custa mais a passar por cima. Tenho tantos bocadinhos de informação, que até me custa apresentar isto como deve ser. Portanto, vou por partes:


1. Sabemos, logo no primeiro volume, que Hagrid foi expulso de Hogwarts no terceiro ano. É o próprio Hagrid que o conta a Harry.


2. No segundo volume temos duas informações:
    a) A Câmara dos Segredos já tinha sido aberta há 50 anos.
    b) Hagrid foi injustamente acusado de ter aberto a Câmara dos Segredos, sendo expulso.


3. No discurso de início de ano do quarto volume, Dumbledore afirma que o Torneio dos Três Feiticeiros é um evento que não se realizava há mais de 100 anos.


4. Novamente no quarto volume, na página 218 da minha edição, Hagrid diz que nunca pensou viver para voltar a ver um Torneio dos Três Feiticeiros.


Conclusões: A partir dos pontos 1 e 2, podemos concluir que Hagrid, no segundo livro, tem à volta de 63 anos, e no quarto livro à volta de 65. No entanto, a partir dos pontos 3 e 4, há indicação de que tem mais de 100 anos!!


Explicação: Ou há aqui um erro de continuidade, ou então houve um qualquer erro de tradução na fala que menciono no ponto 4.


E pronto, digam de vossa justiça.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Harry Potter e o Cálice de Fogo

Título: Harry Potter e o Cálice de Fogo
Autor: J.K.Rowling
Tradutor: Isabel Fraga, Isabel Nunes e Manuela Madureira

Sinopse: Harry Potter nem quer acreditar na sua sorte! Afinal não vai ter de aturar os Dursleys até ao início do seu quarto ano em Hogwarts. Graças à Taça Mundial de Quidditch vai passar os últimos quinze dias de férias na companhia dos Weasleys e do seu amigo Ron. Mas a verdade é que nem tudo vai correr pelo melhor para o nosso herói. Quando Harry começa a sentir a sua cicatriz a doer terrivelmente, sabe que Lord Voldemort está de novo a rondá-lo e a ganhar poder. A Marca da Morte, que apareceu no céu, não pode significar outra coisa... Entretanto, este é um ano muito especial para Hogwarts, pois é lá que se irá realizar o célebre Torneio dos Três Feiticeiros, no qual Harry vai desempenhar um papel decisivo e que quase lhe irá custar a vida!! Pela segunda vez, Potter vê-se frente a frente com Voldemort, e ele sabe que o maior desejo do poderoso senhor das trevas é vê-lo morto... Outro livro maravilhoso!


---------- Esta opinião contém, muito provavelmente, alguns spoilers ----------

Opinião: Sobre este quarto volume, a minha mente, sempre muito engraçadinha, registou alto e bom som ou em letras garrafais, o que preferirem, que se devia chamar Harry Potter e a Sorte Endiabrada. A verdade é que gostei tanto do nome que o vou usar como título de um post que tenho planeado. E diga-se de passagem que é um título muito acertado... Em Harry Potter e o Cálice de Fogo, aquilo que por vezes lemos é um autêntico hino nacional, se a sorte fosse um país e Harry o seu único habitante.

Mas quanto a isso eu depois lá me queixo. O que importa é o resto do livro, que por acaso foi o primeiro da saga que reli, e aquele que mais reli, sendo esta, muito provavelmente a quarta ou a quinta vez. Porém, digamos que não fiz propriamente releituras, pois escolhia sempre apenas algumas partes, nomeadamente os capítulos do Torneio, com especial atenção para as 3 provas. É que apesar da tremenda sorte e excepcional ajuda que o Harry teve, não posso deixar de admitir que começa a demonstrar ter as características que um verdadeiro Gryffindor deve possuir.

Não foi ele que se lembrou de usar o Encantamento de Invocação para Invocar a sua Flecha de Fogo, na primeira prova, mas foi ele que voou estupidamente bem em cima dela e conseguiu ultrapassar o dragão. Não foi ele que teve a ideia de usar Guelracho, mas foi ele que nadou por ali fora e salvou metade dos reféns (ou seja, 2 pessoas) sozinho. Também não teve o mérito todo por descobrir o caminho até ao centro do labirinto praticamente incólume, mas vá, trabalhou bem.

Pormenor: a presença de Alastor "Olho-Louco" Moody, que se vem a revelar outra das minhas personagens favoritas, ajuda muito a que eu goste bastante deste quarto volume, juntamente com a realização do Torneio dos Três (quatro!) Feiticeiros. Nota-se praticamente o mesmo tom que no livro anterior, mais maduro, com um ambiente cada vez mais obscuro, a terminar no acontecimento que leva a que tudo se precipite, nos próximos livros.

Só não percebi muito foi a razão de a partir deste volume ser necessária a utilização de um batalhão de 4 tradutoras, quando ainda por cima parece que a tradução piorou, ou então foi a autora que teve um vaipe e decidiu que toda a gente devia dizer "Iá" (podiam pelo menos escrever YA!, que até pode ser menos correcto, mas parece MUITO menos estrago!), até Sirius e o próprio Hagrid, que apesar de já ser cliente habitual dum estilo de fala bastante tosco, à falta de melhor palavra, não deixa de ser estranho que responda "Iá" ao Dumbledore. Já para não falar dos pequenos brasileirismos, como o Ron a dizer que droga!,  ou algo do género, a certa altura, e a Hermione a terminar uma frase com valeu?.

Mas enfim, é um bom livro, apesar de tudo, que continua a provar que J.K.Rowling criou um bom Universo, e no qual se começam a atar algumas pontas soltas, complexificando (achei bonita, a palavra, mesmo que não exista) a narrativa e atiçando o interesse, pelo menos o meu, nesta saga maravilhosa.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Harry Potter e os Portugueses


O assunto que vou agora mencionar é mera conjectura da minha parte, uma simples e vaga teoria que tem poucas probabilidades de se revelar inteiramente acertada, mas que acho que vale a pena discutir, quanto mais não seja para que me mostrem que não tenho razão.

Pois bem, vou-vos contar a minha teoria. A maior parte de vocês deve saber que Rowling viveu no Porto durante algum tempo, para dar aulas de Inglês. Chegou mesmo a casar-se com um jornalista português, e a filha de ambos nasceu por cá, em 1993 (no mesmo ano que eu e tudo). Pouco tempo depois acabaram por se separar de forma pouco amigável, uma vez que brigavam muito e que o jornalista chegou a tornar-se violento. Ou pelo menos foi o que eu li algures. Parece que, após este período, Rowling viveu uma das piores fases da sua vida, ficando deprimida e com tendências suicidas, de tal forma, que foi a partir da forma como se sentia nesta altura que teve a ideia de criar os Dementors.

E depois temos o fundador dos Slytherin, Salazar Slytherin, um tipo não muito simpático, antepassado do próprio Lord Voldemort; bem como Dolores Umbridge, sacaninha odiada, no geral.

Ou seja, um passado algo tempestuoso em Portugal, e duas personagens vá, tempestuosos, com nomes que soam mais a português do que a inglês, apesar de ambos terem origem espanhola. A junta a isso, o facto de o fundador dos Slytherin ter o mesmo nome que o nosso próprio ditador doméstico.

Estão a perceber a minha ideia? É algo que tenho que investigar mais a fundo, especialmente nos livros, a ver se encontro alguma coisa que possa ter inspiração portuguesa, mas... que acham? Obviamente que não passa de uma teoria infundada, com argumentos vagos e pouco determinantes, mas gostava de saber as vossas opiniões.

Alguma da informação foi tirada daqui, o resto não me lembro onde li.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban

Título: Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban
Autor: J.K.Rowling
Tradutor: Isabel Fraga

Sinopse: Faltavam ainda algumas semanas para o fim de mais umas horrendas férias de Verão com os Dursleys, quando Harry ouve a triste notícia da vinda da detestável tia Marge! Quebrando as leis de Hogwarts, Harry não resiste a usar os seus poderes de feiticeiro e acaba por abandonar a casa dos tios, deixando a perplexa tia Marge, mais inchada do que um balão, a flutuar junto ao tecto da cozinha dos Dursleys... Mas este terceiro ano de Harry Potter na Escola de Magia e Feitiçaria esconde perigos insuspeitados. De Azkaban, a prisão-forte dos feiticeiros, evade-se o prisioneiro mais temido, Sirius Black, que muitos dizem ser o fiel servidor de Voldemort, o Senhor das Trevas. E porque repetiria ele, durante o sono, a frase: "Ele está em Hogwarts... Ele está em Hogwarts"? Estaria a referir-se a Harry Potter? Tudo indica que sim. O nosso herói não está a salvo nem mesmo dentro das paredes da Escola, agora que o lado negro está a reunir as suas forças. A atmosfera em Hogwarts torna-se cada vez mais tensa. Quem é, afinal, Sirius Black? Porque é que os Dementors, os guardas de Azkaban, têm um efeito tão devastador sobre Harry? Haverá realmente um traidor entre os seus amigos de Hogwarts? A cada nova aventura, Harry enfrenta forças mais poderosas, a cada nova aventura, levanta-se um pouco mais o véu que esconde os mistérios da sua família...


---------- Esta opinião contém, muito provavelmente, alguns spoilers ----------

Opinião: Este terceiro volume é primeiro anúncio da viragem Negra que a saga vai dar, e a partir daqui é sempre a piorar (ou a melhorar, depende do ponto de vista). Com a curiosidade de ser o único livro da saga em que o inimigo não é directamente o Voldemort, uma vez que não há propriamente um inimigo, apesar de só o descobrirmos no final.

Para mim pessoalmente, este livro tem a vantagem de ser aquele que introduz duas das minhas personagens favoritas de toda a saga: Sirius Black e Remus Lupin. Sirius, o padrinho de Harry Potter, é o primeiro Griffyndor numa longa linhagem de Slytherins, sendo inclusivamente aparentado com os Lestrange e os Malfoy, e tendo como irmão Regulus Black, um Devorador da Morte. No entanto, tanto Mr. como Mrs. Weasley são seus primos afastados, assim como Tonks, que é sua prima em segundo grau, pelo que percebi. Foi o melhor amigo do pai de Harry, James Potter e injustamente atirado para Azkaban durante mais de uma década.

Já Lupin é um lobisomem que vai para Hogwarts a convite de Dumbledore, para ensinar Defesa Contra a Magia Negra. Também ele foi um grande amigo de James e Sirius, durante a adolescência, juntamente com o nojentinho do Wormtail. Auto-denominavam-se os Salteadores, sendo eles os criadores do Mapa do Salteador que chega às mãos de Harry neste livro.

O livro introduz igualmente os Dementors, guardas sobrenaturais de Azkaban, com um aspecto sinistro e aterrador, apenas ultrapassado pelo efeito que têm nas pessoas, literalmente sugando-lhes a felicidade.

Dá-se neste livro uma mudança, eu diria que é quase que o começo de uma saga completamente nova, com livros mais adultos e mais sombrios, embora este não seja nada de especial, comparado com os seguintes, especialmente os dois últimos. E Harry demonstra finalmente não ser um feiticeiro completamente inapto, ao aprender a conjurar um Patronus perfeito, com Lupin, um feito que pelos vistos é alto de absolutamente extraordinário, na sua idade.

Como já disse, o livro apresenta um tom mais maduro que os dois primeiros, e dá início a uma viragem muito grande no tom da série. Uma mudança que muito me agrada e que marca este livro como um dos meus favoritos desta saga de feitiçaria e muito mais.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Harry Potter e Pormenores [1]



---------- Esta opinião contém, muito provavelmente, alguns spoilers ----------


As coisas que vou mencionar neste post não são propriamente erros. Incongruências, talvez. Ou erros de continuidade. Não tenho a certeza, até porque há várias coisas, de várias naturezas, incluindo erros de tradução. Avancemos.

Primeiro vou falar de um erro que provavelmente é de tradução. Em Harry Potter e a Pedra Filosofal temos UM PROFESSOR Sprout, enquanto que a partir de Harry Potter e a Câmara dos Segredos temos UMA PROFESSORA Sprout. Mas arrisco-me a dizer que isto é um mero erro de tradução, uma vez que na língua original, o inglês, tanto o professor como a professora fique the teacher. Nada de muito grave, portanto, apenas incoerente.

Depois quero tirar uma dúvida, e gostava que alguém me respondesse mesmo. Hogwarts é um castelo enorme, que alberga centenas de feiticeiros, incluindo uma boa dúzia de feiticeiros poderosos e extremamente competentes, bem como aquele que é considerado um dos mais poderosos de sempre, Albus Dumbledore. E logo no início do segundo livro, Harry e Ron embatem no Salgueiro Zurzidor, fazendo com que a varinha de Ron se parta. Juntando estas duas informações, seria de esperar que alguém lhe arranjasse a varinha, ou que, caso isso não fosse possível por alguma bizarra razão mágica, alguém se lembrasse de questionar se não era possível, como por exemplo o próprio Harry, que viveu até aos 11 anos sem ter a mínima consciência da existência de magia e de feiticeiros, e que, como tal, é bastante ingénuo no que toca a estes assuntos. Porque raio é que nenhuma destas coisas acontece?

Outra coisa que me faz confusão é o Basilisco. Hermione chega à conclusão que ele se move pelas canalizações, mas quer dizer, estamos a falar de uma cobra gigante... Mesmo que se consiga enfiar dentro das tubagens, sai por onde, para atacar os alunos? Pelas torneiras? E mesmo que este pormenor fique resolvido, estes ataques acontecem num castelo onde habitam, lá está, centenas de feiticeiros, dezenas de fantasmas e outras tantas criaturas mágicas, e nunca ninguém numa cobra gigantesca que se anda a passear pelos corredores? Enfim.

Por fim, gostava de perceber como é que Tom Riddle, ou melhor, a sua memória de há cinquenta anos atrás, sabe da existência de Harry Potter, o Rapaz-Que-Sobreviveu, ao Voldemort do seu futuro. Talvez Ginny lhe tenha contado, talvez tenha alguma coisa a ver com o facto do diário ser um Horcrux, je ne sais pas. Mas que me põe a pensar, lá isso põe.

E é isto, apenas alguns pormenores que fico sem perceber muito bem. Tenho no entanto que sublinhar o excelente trabalho que a autora fez, ao criar este Universo, que é, apesar de tudo, bastante coerente. Só aparecem de vez em quando alguns pormenores que... Enfim. Mas nada é perfeito, não é? Suponho que também tenha direito a criar umas situações comprometedoras, de vez em quando! Mas, volto a repetir, é na mesma um excelente trabalho, esta saga que se estende ao longo de 7 livros e de muitos anos, e a autora não merece nada menos que uma verdadeira catrafada de louvores!

domingo, 21 de agosto de 2011

Harry Potter e a Câmara dos Segredos

Título: Harry Potter e a Câmara dos Segredos
Autor: J.K.Rowling
Tradutor: Isabel Fraga

Sinopse: Harry Potter está ansioso por ver terminadas as medonhas férias de Verão que está passar com os Dursleys, os Muggles mais Muggles de todo o planeta. Mas o tempo parece ter adormecido, ou então está com muita preguiça, porque nunca mais passa. Entretanto surge uma visita inesperada - uma estranha criatura de grandes olhos verdes e enormes orelhas, o elfo Dobby, que traz um sério e terrível aviso: HARRY POTTER NÃO DEVE VOLTAR A HOGWARTS. E a verdade é que no seu segundo ano na escola de feitiçaria, Harry vê-se envolvido numa terrível espiral de perigos e desventuras. Vozes horripilantes sussurram, vindas das paredes; algo ou alguém anda a transformar os alunos em pedra; aparecem fantasmas tenebrosos e aranhas gigantes; e um dia um misterioso aviso é escrito em letras brilhantes numa parede de Hogwarts: A CÂMARA DOS SEGREDOS FOI ABERTA. INIMIGOS DO HERDEIRO, CUIDADO. Mas o que é que isto significa? Harry Potter, Ron e Hermione vão fazer tudo para resolver este mistério, arriscando as suas próprias vidas.

---------- Esta opinião contém, muito provavelmente, alguns spoilers ----------

Opinião: Cá estamos no segundo livro e no segundo ano de Harry Potter Cheio De Sorter. Se querem a minha opinião honesta, já de repente, e sem paninhos quentes, cá vai: meh. O que eu quero dizer é que isto podia estar bem melhor... Tem alguns pontos interessantes, mas apenas em termos teóricos. É o tipo de livro que é só garganta... Promete uma grande cena com o Ford Anglia a voar por Inglaterra fora, e dá 2 ou 3 páginas vagamente interessantes. Promete grandes perigos e uma grande batalha com o Basilisco, e depois a mesma conversa, acaba demasiado depressa.

Enfim, digamos que não achei grande piada ao livro, é demasiado anticlimático. "Ai que vem aí uma granda cena de porrada! Oh, afinal foram só 3 linhas.". Desilude-me um bocado.

Por outro lado, é a primeira vez que aparece o Dobby, com a sua maneira esquisita de falar, a sua mania de se auto-castigar e a vontade de salvar o Potter. Devo dizer que o Dobby é uma das minhas personagens favoritas, apesar de não saber explicar muito bem o porquê... Apenas gosto sempre, quando ele aparece. Talvez até tenha a ver com o Dobby dos filmes, um bonequinho muito bem conseguido e bastante cómico, embora seja igualmente cómico nos livros.

Ah, e já tive uma professora estilo Lockhart, que gostava de começar as aulas a falar de si própria e de todos os feitos espectaculares e condecorações superlativamente honrosas que já tinha recebido, portanto, achei alguma piada a esta personagem.

Apesar de tudo, este livro fica aquém das minhas expectativas, e lembro-me que já na altura em que o li pela primeira vez não lhe achei grande piada...

sábado, 20 de agosto de 2011

Harry Potter e a Pedra Filosofal

Título: Harry Potter e a Pedra Filosofal
Autor: J.K.Rowling
Tradutor: Isabel Fraga

Sinopse: Quando naquela cinzenta manhã de terça-feira o senhor Dursley deparou, ao sair de casa, com uma gata malhada que estudava atentamente um mapa, mal poderia imaginar todos os acontecimentos estranhos e misteriosos que se estavam a preparar. Mas, quando dez anos mais tarde, enigmáticas cartas endereçadas a Harry Potter, o sobrinho desprezado dos Dursleys, começam a chegar em catadupa lá a casa, é como se um raio atravessasse as suas mentes - o segredo que tão bem tinham guardado durante tanto tempo está prestes a ser revelado. O que poderá acontecer se Harry Potter descobrir que é um feiticeiro? Esta é uma história mágica, recheada de fantasia e encantamento, de aventuras misteriosas e de perigos arrepiantes, de criaturas sobrenaturais e de surpresas divertidas, que está a enfeitiçar crianças... e também a gente mais adulta, um pouco por todo o mundo.

---------- Esta opinião contém, muito provavelmente, alguns spoilers ----------

Opinião: Enquanto lia este livro senti precisamente a mesma coisa que costumo sentir quando apanho desenhos animados da minha infância a dar na televisão. Por um lado há aquela excitação de "ah!, eu conheço isto!" ou "lembro-me tão bem, agora vai acontecer isto assim assim"; por outro há aquele sentimento de surpresa do estilo "já não me lembrava que isto acontecia!"; e por outro há um certo prazer sorrateiro em já saber a história toda.

Tenho quase a certeza que a maior parte de vocês me percebe... É uma mistura esquisita e bastante curiosa de emoções e sentimentos que ainda por cima é acentuada por ser uma saga que (no meu caso), me acompanhou através grande parte da minha infância e da minha adolescência. Aliás, se bem me lembro, este primeiro foi lido quanto eu tinha um bocadinho menos que a idade de Harry, acho que estava no terceiro ano ou quarto ano, ou seja, tinha os meus 8 ou 9 anos...

O que significa que o livro me caiu maravilhosamente bem, na altura. Se a memória não me falha, achei que era a melhor coisa de sempre e andei semanas e meses inteiros a imaginar-me a espancar um troll com a sua própria moca, sem me esquecer que é Wingardium leviosa, e não Wingardium leviossá. E os obstáculos que tiveram que enfrentar até chegarem à Pedra Filosofal? O que eu me deliciei com a forma como enfrentaram a Armadilha do Diabo. Aqui para nós que mais ninguém nos lê, se eu tivesse que enfrentar uma planta gigante, acho que a primeira coisa que pensava era 'FOGO, MONTES DELE', mas enfim, a solução que a Hermione arranjou foi igualmente eficaz. As chaves voadoras, o xadrez gigante, as poções (que vagamente anticlimático, não?), o troll inconsciente...

Mas é óbvio que desta vez não me caiu tão bem. Quer dizer, é claramente um livro para crianças, uma verdadeira fábula dos tempos modernos, com mensagens de amor e amizade, impregnada de um espírito de "juntos venceremos", já para não falar do humor infantil que direcciona claramente o livro para um público mais jovem.

No entanto, se há alguma vantagem em ler isto sem ser já uma criança, é que me permite confirmar uma coisa: não sou grande fã do Harry Potter, da personagem assim. É apenas um miúdo cheio de sorte. Hagrid diz-lhe como passar por Fluffy; Hermione faz que com passem pela Armadilha do Diabo e pela sala das Poções; é Ron que vence o xadrez gigante; o troll já estava KO; e só não morre no final porque o Quirrel aparentemente se esquece que é um feiticeiro e que sabe fazer magia, daquela que mata pessoas. A única coisa que o Harry faz é apanhar a chave voadora, que mesmo assim já tinha as asas amarrotadas.

Enfim, coitadinho do rapaz. Ainda tenho tanto para malhar nele, é melhor não gastar já os cartuchos todos. Foi divertido, e li-o num instante, mas a verdade é que queria era ler os mais interessantes, nomeadamente a partir do terceiro, especialmente os dois últimos. A ver vamos como corre o resto da temporada.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

As minhas dúzias de Potter


Eh bien, começo hoje oficialmente a fornecer conteúdo para esta temporada temática sobre os livros do mais famoso e irritante feiticeiro de Hogwarts. Perdão, disse irritante? Queria dizer "completamente idiota". Eu sei bem que a minha opinião sobre o Harry Potter é pouco comum (ou talvez seja demasiado comum?), mas confesso que com o passar dos anos, dos livros, dos filmes, dos jogos e de tudo o resto, lhe ganhei algum pó. Nunca foi uma personagem que me cativasse por aí além... Do trio protagonista, sempre gostei mais de ler sobre Hermione, mais sensata e com muito mais juízo que Harry "Cabeça de Vento" Potter; e no que toca aos filmes sempre achei muito mais piada à cara de permanente de enojado do Ron (e, nos filmes mais recentes, da Hermione, por razões cuja culpa recai inteiramente no meu género).

A partir de amanhã lá começam a aparecer as minhas opiniões e outros textos que tais que tenho planeados. Digamos que gosto de pôr defeitos, muahahahahahahahahah! Quer dizer, não gosto (estou a mentir), mas penso que é importante opinar de forma objectiva (apesar de eu muitas vezes mandar a objectividade às urtigas, nas minhas opiniões), e a realidade é que ao reler os livros reparo muito mais em alguns pormenores, alguns excelentes e outros terríveis.

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Pequeno pormenor: desta frase para baixo, e provavelmente todos os textos que se seguirem, da minha parte, estarão provavelmente recheados de spoilers, com mais ou menos importância e com mais ou menos detalhe. Sempre que isso acontecer, eu aviso. Não dá mesmo para evitar, desculpem. Mas considerem-se avisados.

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Posso é já falar sobre o enorme prazer que está a ser voltar a rever estas histórias e estas personagens. Se bem que o facto de ser uma releitura, e de eu já saber a história toda até ao fim não é propriamente uma vantagem por aí além. Por exemplo, quando o Dobby apareceu pela primeira vez, no segundo livro, o meu coração saltou literalmente uma batida. Aqueles que souberem a história e que se deixam envolver a este ponto com os livros que lêem devem-me conseguir compreender. Dobby teve um dos fins mais injustos, se não o mais injusto de todos! Quando o li fiquei fulo! E agora volto a encontrá-lo... É triste. E o mesmo se passa quando encontro o Lupin, a Tonks, os gémeos, o Sirius, o Dumbledore... Enfim, metade das personagens, já que a autor, a partir do quinto livro envereda por um caminho muito negro...

E há ainda a questão do Snape. Muito sinceramente não sei como é que ninguém desconfia dele desde o início. Mas contra mim falo, que eu nunca imaginei nada que se assemelhe ao futuro que lhe estava destinado. Talvez seja um dos grandes trunfos da autora, que uma personagem não naturalmente maquiavélica, sempre de negro, ex-Devorador da Morte, com aquele arzinho desprezível e o cabelo seboso... acabe por ter um fim tão glorioso.

Já chega. Isto é tudo muito bonito, e quem me dera ficar aqui a escrever e a escrever e a escrever, mas não posso gastar já os cartuchos todos, não é? Além de que se continuo a revelar coisas ao desbarato, ainda alguém que não tenha lido (ONDE É QUE TENS VIVIDO NA ÚLTIMA DÉCADA?) me salta para cima.

Ah!, e continuamos à espera que decidam partilhar alguma coisa connosco, até agora só tivemos uma participação. Vamos lá ver como é que isto corre.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Do Outro Lado do Espelho

Título: Do Outro Lado do Espelho
Autor: Joaquín Navarro

Sinopse: O estudo da simetria é uma tentativa de nos aproximarmos da beleza, medindo-a com base na proporcionalidade e no equilíbrio. Mas a simetria também constitui um conceito fundamental no estudo do mundo que nos rodeia, como o que acontece, por exemplo, na mecânica quântica. Muitas são as simetrias, desde a que Alice encontrou na sua viagem através do espelho até à que é descrita pela fascinante teoria de grupos, e o seu estudo constitui uma das vertentes fundamentais do emaranhado da matemática contemporânea.

Opinião: Sou um fã incondicional da simetria. Há qualquer coisa de fascinante nas suas propriedades, que me faz, por vezes, ficar absolutamente maravilhado. Como tal, esperava muito deste livro. Um livro inteirinho sobre simetrias, e ainda por cima vistas de uma perspectiva matemática, ou seja, algo que me fascina, simetria, explicado de forma igualmente fascinante, via matemática. Não esperava nada menos do que ABSOLUTAMENTE ESPECTACULAR!!

E no entanto cá estou eu, para vos dar as más notícias. O livro não passa de levemente interessante. Explica muita coisa, mas de forma maçuda e aborrecida. O autor consegue a proeza de se abstrair da geometria, o que tem as suas vantagens, é óbvio, mas não neste caso, para estudar os fenómenos simétricas de forma mais geral, destruindo por completo toda a beleza e maravilha, no processo.

Estou desapontado. Talvez não devesse ter ficado com expectativas tão altas, mas a verdade é que acho que o autor exagerou ao teorizar demais o assunto, tirando aquilo que é interessante, a geometria, o aspecto e as formas simétrica, e focando-se quase exclusivamente naquilo que é aborrecido e desinteressante, a matemática pura e dura que está por detrás.

A escrita é simples, não me posso queixar, a dificuldade de leitura e compreensão que possa haver é inteiramente derivada do assunto, teoria de conjuntos, uma das coisas mais horríveis de se estudar, em matemática. Penso que talvez o autor pudesse ter apenas aflorado esta questão, ao de leve, para falar de outras coisas. Por exemplo, podia ter falado de funções cujo gráfico têm um aspecto simétrico, de ambigramas, da simetria, ou falta dela, no dia a dia... Enfim, tanta assunto espectacular para explorar, e o autor fica preso na teoria de conjuntos. Não aconselho, a ninguém.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Insónia

Título: Insónia
Autor: Stephen King
Tradutor: Manuel Cordeiro

Sinopse: Ralph Roberts enviuvou recentemente e além de estar dominado pela dor da perda, começou a debater-se com outro problema... não tem dormido bem ultimamente, na verdade, quase não dorme!
Para se distrair e tentar encontrar o sono, instala-se numa cadeira à janela para observar quem passa e os vizinhos. Subitamente compreende que coisas estranhas estão a acontecer à sua volta, experimentado sensações que não acredita serem alucinações.
Vê o seu sempre amável vizinho a espancar brutalmente a mulher, ao mesmo tempo que grita palavras incoerentes como "centuriões" e "Rei Vermelho"... e quem serão aqueles estranhos pequenos médicos carecas que entram todos os dias no lar de idosos?
O Bem e o Mal estão prestes a confrontar-se num combate sem tréguas... Ralph Roberts não vai voltar a adormecer... e o leitor se ler o livro até ao fim irá voltar a dormir?!

Opinião: O poder que Stephen King tem de contar história é algo de excepcional, quase sobre-humano. A leitura de um livro da sua autoria é sempre uma aventura que praticamente me obriga a ficar de tal forma embrenhado no livro que não consigo parar de ler. Só assim se percebe que apesar de eu ter um ritmo bastante rápido de leitura e de estar de férias, só tenha demorado 3 dias a ler as 700 páginas. O meu recorde anterior acho que foram as 750 páginas de Harry Potter e a Ordem de Fénix em pouco mais de 5 dias.

Mas antes de continuar a elogiar o livro e o autor de forma excessivamente efusiva, tenho que fazer 2 pequenas críticas que por acaso até nem têm nada a ver com o autor, a história ou a escrita. Ou melhor, 3 não tão pequenas críticas. Em primeiro lugar os livros deste autor, por cá, são estupidamente caros. Este comprei-o na feira do livro, 50% de desconto e ficou-me por 12,5 euros, o que significa que custa à volta de 25, mais coisa menos coisa. O mais barato que já comprei em português foi Cell - Chamada para a Morte, em edição de bolso, com 474 páginas, por 11 euros. Em contrapartida, comprei o It, em inglês, igualmente em edição de bolso, com 1374 páginas (que monstro, eu sei, estou excitadíssimo para o ler!) por 10 euros. O triplo das páginas, pelo que já li, o quádruplo da qualidade, e menos 1 euro. Enfim.

Depois há a questão dos erros. Ou melhor, gralhas. Apanhei umas poucas. Seria de esperar que num livro que custa à volta de 25 euros tivesse havido um cuidado extra no que toca a este aspecto. Mas pronto, nada de muito estupidificante. Aquilo que mais me aborrece é mesmo a sinopse. Aliás, se há coisa que me aborrece muito são sinopses idiotas, e esta, embora acerte nos aspectos gerais, como na insónia (mas com o título do livro, não havia de ser difícil acertar...), na viuvez, no nome da personagem, nos "centuriões" e no "Rei Vermelho", assim como nos pequenos médicos carecas, falha muito nos pormenores. Quem ler a sinopse fica a pensar que a personagem principal se senta todas as noites no seu cadeirão a observar a rua e que presencia toda uma série de acontecimentos estranhos. Que eu me lembre, esta situação só acontece 1 vez em todas as 700 páginas.

E os pequenos médicos carecas a entrarem todos os dias no lar de idosos? Primeiro ri-me à socapa, chateado e divertido, pois não há nenhum lar de idosos na história, mas depois percebi. Não é um lar de idosos, são os lares dos idosos, as suas casas. Percebe-se, mas é uma construção frásica bastante infeliz e, mais uma vez, é uma situação que acontece apenas uma vez. Curiosamente, é precisamente na única vez em que Ralph se senta à janela. Fica a dúvida: será que quem escreveu a sinopse é realmente pouco inteligente, ou terá apenas lido até à noite em que esta situação acontece?

Enfim, já escrevi tanto e ainda só disse mal, praticamente... Vamos lá falar daquele que é, sem dúvida alguma, o meu escritor favorito. O livro tem um início lento mas cativante. Não há pessoas a ficarem loucas na segunda página, nem uma cena nojenta e inesperada no primeiro capítulo, nem sequer um acidente de viação horripilante logo ao início. Há apenas  a história de Ralph Roberts, recém-viúvo e velhote desiludido com a vida, que começa a ter insónias. Deste ponto de partida aparentemente banal, o livro desenrola-se a um ritmo quase tortuosamente lento, na primeira parte, ainda que exponencial, com pequenos acontecimentos a darem-se aqui e ali, todos eles pequenas peças de um puzzle do tamanho do Universo. Chega-se à segunda parte e o ritmo começa a acelerar, com os acontecimentos a sucederem-se cada vez mais rapidamente até se chegar à terceira parte, quase 300 páginas de um gigantesco clímax final, alongado e com um ritmo absolutamente alucinante. E o livro está tão bem planeado e tão bem escrito, que se a divisão não tivesse sido feita, notar-se-ia perfeitamente, com a leitura.

É realmente de louvar, a imaginação deste escritor, assim como a sua tremenda capacidade de escrita e de planeamento. É que apesar de eu não conhecer assim tão bem o resto da sua tremenda obra, reparei que alguns pormenores pareciam ligeiramente desconexos e desligados do resto da história. Daquilo que conheço do autor, formulei uma teoria, a de que eram elos de ligação com outras obras, e uma pequena pesquisa revelou-me isso mesmo. Personagens que se repetem, situações parecidas, a mesma cidade... Stephen King já criou um autêntico Universo que passa despercebido aos leitores ocasionais, mas que não deixa de fascinar quem o segue com mais atenção. Pelo menos no que a mim me toca, considerem-me fascinado. Leiam, ou dou-vos porrada.