quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Do Outro Lado do Espelho

Título: Do Outro Lado do Espelho
Autor: Joaquín Navarro

Sinopse: O estudo da simetria é uma tentativa de nos aproximarmos da beleza, medindo-a com base na proporcionalidade e no equilíbrio. Mas a simetria também constitui um conceito fundamental no estudo do mundo que nos rodeia, como o que acontece, por exemplo, na mecânica quântica. Muitas são as simetrias, desde a que Alice encontrou na sua viagem através do espelho até à que é descrita pela fascinante teoria de grupos, e o seu estudo constitui uma das vertentes fundamentais do emaranhado da matemática contemporânea.

Opinião: Sou um fã incondicional da simetria. Há qualquer coisa de fascinante nas suas propriedades, que me faz, por vezes, ficar absolutamente maravilhado. Como tal, esperava muito deste livro. Um livro inteirinho sobre simetrias, e ainda por cima vistas de uma perspectiva matemática, ou seja, algo que me fascina, simetria, explicado de forma igualmente fascinante, via matemática. Não esperava nada menos do que ABSOLUTAMENTE ESPECTACULAR!!

E no entanto cá estou eu, para vos dar as más notícias. O livro não passa de levemente interessante. Explica muita coisa, mas de forma maçuda e aborrecida. O autor consegue a proeza de se abstrair da geometria, o que tem as suas vantagens, é óbvio, mas não neste caso, para estudar os fenómenos simétricas de forma mais geral, destruindo por completo toda a beleza e maravilha, no processo.

Estou desapontado. Talvez não devesse ter ficado com expectativas tão altas, mas a verdade é que acho que o autor exagerou ao teorizar demais o assunto, tirando aquilo que é interessante, a geometria, o aspecto e as formas simétrica, e focando-se quase exclusivamente naquilo que é aborrecido e desinteressante, a matemática pura e dura que está por detrás.

A escrita é simples, não me posso queixar, a dificuldade de leitura e compreensão que possa haver é inteiramente derivada do assunto, teoria de conjuntos, uma das coisas mais horríveis de se estudar, em matemática. Penso que talvez o autor pudesse ter apenas aflorado esta questão, ao de leve, para falar de outras coisas. Por exemplo, podia ter falado de funções cujo gráfico têm um aspecto simétrico, de ambigramas, da simetria, ou falta dela, no dia a dia... Enfim, tanta assunto espectacular para explorar, e o autor fica preso na teoria de conjuntos. Não aconselho, a ninguém.

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