sábado, 27 de agosto de 2011

Harry Potter e a Ordem da Fénix

Título: Harry Potter e a Ordem da Fénix
Autor: J.K.Rowling
Tradutor: Isabel Fraga, Manuela Madureira, Isabel Nunes e Alice Rocha

Sinopse: Este tem sido um Verão ainda mais insuportável que o costume, para Harry Potter. Sozinho com os Dursleys, não consegue perceber por que razão Ron e Hermione lhe enviam respostas tão vagas às suas cartas. Isolado do mundo mágico a que pertence, Harry segue atentamente os noticiários, convencido de que até os Muggles se aperceberão de alguma coisa, se Lord Voldemort voltar a atacar... E é então que os acontecimentos se precipitam. Parece impossível, mas, no bairro mais muggle do mundo muggle, Harry é emboscado por Dementors! Para salvar a sua vida e a do primo Dudley, Harry não tem outra hipótese senão usar magia - mesmo sabendo que isso significará a sua expulsão mais que certa de Hogwarts. Enquanto o Ministério da Magia continua a não acreditar que o terrível Senhor das Trevas está de volta, Voldemort e os seus fiéis Devoradores da Morte já começaram a preparar o seu regresso ao poder. Porém, há uma nova esperança: uma antiga Ordem secreta, da qual os pais de Harry fizeram parte, voltou a organizar-se - e Dumbledore está atento.


---------- Esta opinião contém, muito provavelmente, alguns spoilers ----------

Opinião: E aqui encontramos o quinto livro, carinhosamente apelidado de o calhamaço da saga, com as suas 750 páginas e uma história que nunca mais acaba. É também o primeiro livro que tem uma grande parte da história a ocorrer fora de Hogwarts; o primeiro em que o vilão de serviço é o Voldemort renascido; o primeiro em que o Dumbledore faz uso dos seus poderes incomensuráveis para lutar... Acho que se pode concluir que é de facto um livro especial, no meio dos 7 que constituem esta saga.

Como tal, este quinto livro é a peça final do processo de transição entre o tom juvenil dos dois primeiros livros e tom sombrio dos dois últimos, processo esse que tinha começado com o terceiro livro. Se há livro que assassina completamente a criança que há em Harry Potter, é este.

E as coisas começam logo a correr mal no início, com a visita dos Dementors ao bairro de Muggles onde vivem os tios de Harry. Devo confessar que este é um aspecto que me agrada bastante num livro, um início abrupto e, de certa forma, violento. É uma das coisas que tanto aprecio nos livros de Stephen King, o meu escritor favorito.

No entanto, e apesar de todas as coisas espectaculares que acontecem, como aparecerem montes de personagens fabulosas, muitas vezes juntas, como Sirius, Lupin, Tonks, Olho-Louco e tantas outras, há uma coisa que me desagrada imenso. Digamos que odeio (abomino!) o trio de protagonistas quando viram adolescentes. Em particular o Harry.

Pareceu-me que tudo aquilo que ele dizia era seguido de um "exclamou Harry, zangado", ou "disse Harry, impetuosamente", ou "gritou Harry, furioso". O desgraçado do rapaz passa as 750 páginas zangado com o mundo. Ou seja, é um adolescente normal, eu sei, mas é absolutamente insuportável... Até aposto que o livro teria menos 100 páginas, se ele se calasse um bocadinho, não gritasse, e ouvisse o que os outros tinham para lhe dizer.

Como ponto positivo, aparece a Umbridge, para apimentar as coisas. É uma personagem verdadeiramente desprezível, sei bem disso, mas protagoniza momentos absolutamente hilariantes, aliás, acho que só a presença dela já era hilariante, sempre impecavelmente vestida de cor de rosa, cheia de fru-frus e coisinhas, com o seu amor incondicional a gatos, e a descrição que lhe dá um ar vagamente anfíbio. Esta odiada professora de Defesa Contra a Magia Negra, que está em Hogwarts à revelia de Dumbledore e a mando do Ministério, acaba por ser uma importante catalisadora dos mais variados acontecimentos.

Termino ao dizer que gostei bastante deste livro, que fica um bocadinho abaixo do terceiro, na lista dos favoritos, em grande parte graças à incrível quantidade de hormonas adolescentes-revoltados-com-o-Mundo presentes em cada página, que me fazem tirar-lhe pontos, apesar de a batalha no Ministério ser digna de nota, assim como o caos causado pelos gémeos Weasley.

Ou seja, o livro assusta, de grande que é, mas, e apesar de algumas pequenas contrariedades adolescentes, vale a pena cada segundo desperdiçado.

3 comentários:

WhiteLady3 disse...

Não digo que odeio, porque não dá para odiar a obra da JK, mas este é o que menos gosto dos 7. A idade do armário deu-me cabo da paciência, o Grawp dá-me cabo da paciência e ainda por cima fez-me sono. É o único livro da JK que me fez adormecer a meio ou querer assassinar a personagem principal (o ódio intensificou-se neste livro, deveria ser possível dar um par de estalos a personagens fictícias). O_o

Rui Bastos disse...

Vê-los como adolescentes levou-me aos arames, sem dúvida, ficaram absolutamente impossíveis!

M. à conversa disse...

Pois eu fiquei de tal forma empolgada na leitura deste livro, que li as 750 páginas num abrir e fechar de olhos. Este foi um livro que mexeu comigo, a morte do Sirus tocou-me de tal forma que chorei ao ler. Gostei muito muito deste volume ao ponto de nem ter dado conta das hormonas aos pulos do Harry e companhia, ou será que já não me lembro? :-)