terça-feira, 20 de setembro de 2011

The Lovely Bones

Título: The Lovely Bones
Autor: Alice Sebold

Sinopse: "My name was Salmon, like the fish; first name, Susie. I was fourteen qhen I was murdered on December 6, 1973. My murderer was a man from our neighborhood. My mother liked his border flowers, and my father talked to him once about fertilizer."
This is Susie Salmon, speaking to us from heaven. It looks a lot like her school playground, with the good kind of swing sets. There are counsellors to help newcomers to adjust, and friends to room with. Everything seh wants appears as soon as she thinks of it - except the thing she wants most: to be back with the people she loved on Earth.
From heaven, Susie watches. She sees her happy suburban family implode after her death, as each member tries to come to terms with the terrible loss. Over the years, her friends and siblings grow up, fall in love, do all the things she never had the chance to do herself. But life is not quite finished with Susie yet.
The Lovely Bones is a luminous and astonishing novel about life and death, forgiveness and vengeance, memory and forgetting. It is, above all, a novel which finds light in the darkest of place, and shows how even when that light seems to be utterly extinguished, it is still there, waiting to be rekindled.

Opinião: Depois de ter lido Lucky, da mesma autora, fiquei com uma tremenda curiosidade para ler mais qualquer coisa da sua autoria, especialmente este The Lovely Bones, que já foi transformado em filme, cujo trailer me deixou bastante intrigado. Mas como o tenho em inglês, confesso que o ia deixando ficar para trás, em prol de livros em português, porque sabia que caso não gostasse ia deixar que a sua leitura se arrastasse por intermináveis semanas.

Felizmente, adorei. Logo desde as primeiras páginas. Como é dito algures, o facto de a história ser narrada por Susie Salmon, uma rapariga violada e brutalmente assassinada, a partir do céu, foi um golpe de génio, que permitiu à história ter um tom vagamente inocente, mas também de uma frieza e tranquilidade inesperada, uma característica que já tinha aparecido em Lucky, quando a autora descreve a sua própria violação e aquilo que sentiu na altura, e depois.

Só que neste caso, e uma vez que a história é ficcionada, as liberdades são maiores. Susie tem uma visão geral de tudo o que acontece a praticamente toda a gente que conheceu em vida, bem como ao resto das pessoas, se quiser, o faz com que o drama que envolve a sua morte seja visto de forma mais abrangente. É comovente, claro, muito comovente, mas aquilo que mais se destaca, que chega mesmo a chocar, é a frieza com que Susie narra a história, aspecto que eu já referi... Ela descreve a sua violação, a sua morte, fala do seu corpo, da desgraça que se abateu sobre a sua família, de tudo, com uma aparente tranquilidade que arrepia.

Mas a história não é propriamente um drama, apesar de todas as desgraças e horrores. É a autêntica crónica de uma família que se desagrega lentamente, desde o momento da morte de Susie. Não que ela fosse a cola que unia os pedaços e que só esperavam por um toquezinho para se separarem... Ela era uma criança normal, inteligente e curiosa (a curiosidade matou o salmão, já agora, nunca vi um provérbio tão bem aplicado a alguma coisa), mas a sua morte teve um grande impacto na sua família, como seria de esperar. Fez com que cada membro da família, e alguns amigos, ganhassem uma viva consciência de si próprios e daqueles que os rodeavam.

Ah, e o céu de Susie é muito interessante. É pessoal e pode ser privado, e a partir dele tem acesso ao mundo dos vivos, que observa atentamente, dia após dia. Torna-se um conceito curioso e que ganha uma certa relevância para o desenvolvimento da história, bem como para a sua estrutura, que me agradou imenso, digo já, como tudo no livro.

Ainda por cima fiquei apaixonado pelo formato físico do livro. É pequeno, é maleável, cabe de facto no bolso, as páginas não caíram mal o abri, é agradável à vista e tem a letra perceptível. Porque é que não se fazem livros assim em Portugal? Talvez seja melhor deixar isso para outra altura, o que interessa agora é que se viram o filme e acharam interessante, agarrem no livro, e se ainda não viram o filme, façam como eu e agarrem no livro na mesma... E depois esperem por uma tarde de preguiça para ver o filme!

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