sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Os Passos Perdidos

Título: Os Passos Perdidos
Autor: Alejo Carpentier
Tradutor: António Santos

Sinopse: Um livro estimulante, quase mítico. Representativo daquilo a que o próprio Alejo Carpentier chamou "o real maravilhoso americano", este romance constitui uma busca das origens, a procura de uma Idade de Ouro perdida. A personagem central dispôe-se a subir Orenoco, na Venezuela, em busca de um tempo primordial, tentando assim alcançar as raizes da vida. Desfilam nesta obra os mineiros dos campos de petróleo, os padres missionários, os vaqueiros, os astrólogos, as prostitutas em busca do El Dorado, os índios dos lugares visitados, os espirítos, os rituais, as histórias e os mitos de um tempo em que um homem branco ainda não pisara o continente americano. Para Carpentier, a América é um repto de um "novo mundo" apressadamente entrevisto por viajantes e poetas, poucas vezes correctamente apreendido.

Opinião: Tanto tempo para ler este livro... Ainda por cima tempo mal aproveitado, pois não escrevi nada, nem me concentrei como deve ser neste livro. Com a época de testes e exames à perna, pode-se dizer que a leitura teve que perder pontos na lista de prioridades. O que é perfeitamente compreensível.

E talvez a atitude mais sensata fosse ter largado o livro e pegado num mais leve, ou não ter feito o esforço de ler, fazer uma pausa. Mas não sou capaz. Por idiota que pareça, mesmo que não esteja a apanhar quase nada da leitura, o simples prazer de tirar a mente do estudo para ler outra coisa qualquer, mesmo que durante uns breves 10 minutos... Ainda por cima quando o livro é este, de Carpentier, com características de realismo mágico. A verdade é que me lembro pouco da história, apenas tenho uma vaga ideia de um homem que é mandado para o meio da selva, à procura de instrumentos primitivos, e que acaba por lá ficar, numa espécie de colónia. Mas as descrições são absolutamente mágicas, no meio da prosa corrida, com poucos ou nenhuns parágrafos durante páginas e páginas cheias de reflexões e contemplações.

Não, não me ficou grande coisa da história, e duvido ter apanhado grande coisa da mensagem do livro, ou seja lá o que for. Mas apanhei na perfeição o ambiente disfarçadamente místico, bastante explícito nas divagações do narrador/protagonista.

O que é que isto significa? Que esta opinião tem praticamente nenhum valor enquanto opinião sobre este livro. Gostei de ler, maravilhei-me com as descrições, aborreci-me com algumas partes, mas não sei precisar bem do que mais gostei, de qual é a história exactamente, quais são os ideais em confronto, nem sequer se as personagens me pareceram muito vívidas ou não. Ficou um livro para ler noutra altura, definitivamente.

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