quinta-feira, 2 de maio de 2013

Days Gone Bye (The Walking Dead #1)

Título: Days Gone Bye
Argumentista: Robert Kirkman
Ilustrador: Tony Moore

Opinião: As diferenças dos acontecimentos neste livro para a série de televisão são poucas, o que é bom, pois a série é mesmo muito boa. Há algumas personagens a menos e alguns acontecimentos são antecipados, ligeiramente diferente, mas sem que isso lhe diminua a qualidade.

Pode-se argumentar que histórias de zombies há muitas, e que no fundo são sempre a mesma coisa, mas Walking Dead faz algo que é pouco comum: continua muito para lá do início da praga zombie.

Normalmente, seja um filme ou um livro ou uma série, aquilo que se faz é acabar a história depois dos heróis exterminarem os zombies, ou de conseguirem arranjar um sítio seguro onde viver por uns tempos, ou até depois dos protagonistas resolverem os problemas amorosos e viverem felizes para sempre a chacinar zombies. Tudo isto normalmente pouco depois de tudo ter começado.

Ora aquilo que esta saga faz é algo muito diferente. Isto é um bocado de batota, porque já vi 3 temporadas da série, mas isto continua e continua e continua, as pessoas voltam a tentar viver em comunidade e lidam com problemas tão mundanos como ir à casa-de-banho, comer e educar os filhos, num mundo perdido e infestado. O motor da história não é tanto a luta contra a natureza implacável destas criaturas mortas-vivas, mas as relações entre as personagens e a forma como sobrevivem neste novo mundo.

Mas não nos adiantemos, há muito livro para ainda chegar a essas conclusões. Neste primeiro o xerife Rick é baleado e entra em coma. Ao acordar passado algum tempo, descobre que o hospital foi abandonado e que foi invadido, juntamente com a sua cidade, por hordas de zombies famintos e sanguinários. Rick tem agora que encontrar a sua família e conseguir sobreviver sem saber o que se está a passar.

É um brusco adeus à civilização, e uma ainda mais brusca tomada de consciência de Rick daquilo que tem de fazer: sobreviver. Os zombies estão muito bem retratados, normalmente desfigurados e banhados em sangue, muitos deles com um ar aterrador, e a aparecerem realmente em qualquer momento, vindos sabe-se lá de onde, como qualquer verdadeiro monstro. As personagens são demasiadas para estarem realmente individualizadas, mas os autores fizeram um bom trabalho, com uma escrita sólida de Robert Kirkman, e desenhos bastante expressivos de Tony Moore. E sendo isto uma história de zombies, não é preciso esperar muito até começar tudo a ser chacinado e o plantel de personagens começar a diminuir consideravelmente, não é verdade?

Posso dizer que gostei bastante, e talvez não tenha gostado mais por não ter conseguido evitar fazer comparações com a série. Imagino que quando ler os próximos volumes fique mais chocado com as diferenças entre uma coisa e outra, e comece verdadeiramente a entrar neste universo bastante gráfico e violento, mas que ainda assim nunca deixa de se focar nas personagens e em contar uma boa história.

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