sábado, 8 de junho de 2013

Sobre o amor e a morte

Título: Sobre o amor e a morte
Autor: Patrick Süskind
Tradutor: Filipe Guerra

Sinopse: Será o amor uma bênção ou um veneno? O amor e a morte são, sem sombra de dúvida, duas forças primordiais da existência humana, duas forças que fascinam e que mantêm entre si uma relação profunda, misteriosa e, de alguma forma, obscura. É num breve ensaio que Patrick Süskind nos dá a conhecer uma reflexão extremamente interessante sobre estes dois princípios. Com referência a autores conceituados nesta área, como Goethe, Wagner e Óscar Wilde, Süskind compara os destinos de Jesus e de Orpheu, duas personagens que desafiaram a morte em nome do amor. Uma obra ousada, escrita com algum humor e que nos faz reflectir no verdadeiro sentido do amor, bem como da morte.

Opinião: Süskind é um autor que me põe logo atento. Dificilmente a sua grande obra, O Perfume, sairá da minha lista de melhores livros que já li. Mas este livro desilude. Algures entre o ensaio e a dissertação filosófica, o autor propõe-se a falar não só do amor, não só da morte, mas da estranha e profunda ligação entre ambas as coisas.

O tema é interessantíssimo. Afinal, se pensarem nas maiores histórias de amor que conhecem, aposto que metade delas acabou com a morte de alguém, ou envolveu a morte de alguém, de alguma forma. Não foi só esta vertente que o autor analisou, mas não foi muito mais, por causa do grande pecado que cometeu ao escrever esta obra: a brevidade.

Se há livro que beneficiaria imenso de ter mais uma centena de páginas, era este. Acho que se o autor tivesse desenvolvido cada uma das partes do seu tema em 20 ou 30 páginas cada, em vez de 2 ou 3, eu me tinha sentido muito mais atraído pelo conteúdo do livro. Assim fiquei com a sensação que isto foi algo em que o autor pensou durante uns tempos e que depois escreveu duma assentada, para despachar e enviar ao editor.

Mas uma coisa é certa, as referências culturais são às resmas. Desde autores clássicos a figuras mitológicas, Patrick Süskind escreveu aqui um nano-mini-micro-ensaio bem humorado e relativamente interessante, que só ficou a perder por ser tão nano-mini-micro. Pelo menos fez-me ter consciência do tema, da ligação profunda entre o amor e a morte, mais comum do que se poderia pensar, na literatura, no cinema e afins. Fiquei curioso, lá isso fiquei.

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