terça-feira, 16 de julho de 2013

Before They Are Hanged (The First Law #2)

Título: Before They Are Hanged
Autor: Joe Abercrombie

Sinopse: How do you defend a city surrounded by enemies and riddled with traitors, when your allies can by no means be trusted, and your predecessor vanished without trace? It's enough to make a torturer want to run - if he could even walk without a stick - and Inquisitor Glokta needs to find answers before the Gurkish army comes knocking at the gates.

Northmen have spilled over the Angland border and are spreading fire and death across the frozen country. Crown Prince Ladisla is poised to drive them back and win undying glory. There is only one problem: he commands the worst-armed, worst-trained and worst-led army in the world.

And Bayaz, the First of the Magi, is leading a party of bold adventurers on a mission through the ruins of the past. The most hated woman in the South, most feared man in the North, and most selfish boy in the Union make strange companions, but, if only they didn't hate each other so much, potentially deadly ones.

Ancient secrets will be uncovered. Bloody battles will be won and lost. Bitter enemies will be forgiven - but not before they are hanged.

Opinião: Depois de um primeiro livro bastante parado, eis que o segundo volume da trilogia The First Law, de Joe Abercrombie, ainda consegue ser mais parado. E ainda assim estranhamente viciante, mais ainda que o primeiro!

A culpa dessa dualidade é claramente de 3 coisas: a escrita, as personagens, o tipo de coisas que acontecem.

A escrita, por um lado, desliza que é um doce. É daquela escrita que se lê mesmo bem. Não dá para encalhar, nem para demorar muito, lê-se rápido e bem. Depois as personagens continuam fantásticas. A construção que este homem faz é indescritível. A maior parte das personagens, sejam mais ou menos secundárias, transmitem uma sensação de plausibilidade tão grande que é ridículo.

Pelo menos dentro do universo dos livros, já que estamos a falar de uma mulher com sangue de demónio, um feiticeiro careca que gosta de explodir pessoas com o pensamento, um bárbaro do Norte com um sangrento problema de dupla personalidade, um inquisidor aleijado com um ar bastante estranho (GLOKTA! GLOKTA! GLOKTA!) e coisas afins.

E há ainda o tipo de coisas que acontecem. Esta deve ser a parte mais difícil de explicar. Para ser justo, nem posso dizer que tenha acontecido pouca coisa; o que se passa é que ao longo das 1000 e tal páginas que já li desta trilogia, aconteceu muita coisa, só que bastante espalhada, o que leva a (desculpem) uma densidade de acontecimentos bastante baixa, consequentemente dando a impressão de que nada se tem passado.

Mas, e aqui está o pormenor interessante, quase tudo o que acontece tem, ou parece ter, uma qualquer pista para um acontecimento futuro. Ou então vários acontecimentos parecem convergir de alguma forma. Ou então há linhas narrativas extremamente díspares mas que se está mesmo a ver que eventualmente vão dar bodega da grande, só pode.

Isso é algo que o Abercrombie faz com mestria: vicia. A forma como escreve e a forma como desenvolve a história têm-me deixado sempre com água na boca. Tenho a sensação de que ainda não se passou nada, mas estou sempre a achar que tudo está à beira de colapsar.

E conhecendo o autor como o conheço do Best Served Cold, já sei que o fim vai ser terrível, sangrento, violento e tudo o resto. Sinto que estou a dar passinhos de bebé em direcção a um precipício. Tenho a sensação de praticamente não estar a avançar, mas vejo a queda cada vez mais perto. É fascinante.

Portanto este segundo livro, ainda que provavelmente mais parado que o anterior, agradou-me mais. Já conhecia as personagens desde o início, e algumas questões começaram a ser respondidas. De forma bastante lenta, como é óbvio, mas respondidas.

Apenas posso esperar que o desenvolvimento e a conclusão nas 700 páginas de Last Argument of Kings seja tão estrondoso como eu o imagino, e como me têm dito. Sinceramente tenho receio do que possa vir a acontecer. Mas mal posso esperar para o saber.

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