segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Dream Country (Sandman #3)

Título: Dream Country
Argumento: Neil Gaiman
Arte: Kelley Jones, Charles Vess, Colleen Doran, Malcolm Jones III

Opinião: Dividido em histórias que passam por contos em formato BD, Dream Country é o terceiro volume da brilhante saga The Sandman, de Neil Gaiman.

Infelizmente não gostei tanto como dos outros dois. Mas mesmo assim foi uma leitura bastante agradável. Estranha, como não podia deixar de ser, com histórias bem estruturadas que apenas não se tornaram assim tão interessantes quanto isso.

Em todas elas, Morpheus, o Sandman, é apenas uma personagem secundária, na melhor das hipóteses. Ou pelo menos aparenta. Eu cá digo que ele aparece na mesma bem representado em todas, só que sem ser fisicamente. Afinal, ele é o senhor dos sonhos e, de certa forma, os sonhos assim. E estas histórias são todas mágicas, de alguma forma, não propriamente sonhadas, mas quase.

A primeira é Calliope, em que a musa da literatura é feita prisioneira por um escritor sem escrúpulos que a viola repetidamente para obter ideias para os seus livros, fazendo sucesso à sua custa. Com um ritmo lento e escondendo a personagem mais interessante (a musa) durante a maior parte do tempo, a história nada perde com isso. E a certa altura aparece o próprio Morpheus, chamado de Oneiros por Calliope, e a mostrar o seu lado mais frio e perigoso, muito perigoso...

De seguida vem A dream of a thousand cats, a primeira das histórias deste livro com uma estrutura deveras invulgar: é contada do ponto de vista de gatos. Neil Gaiman é de certeza uma cat person, porque embora sabendo o quão independentes e altivos são os felinos, a forma como aqui são retratados é mais humana que outra coisa. Temos direito a um Morpheus felino, também, e embora não tenha achado a história extremamente interessante, ganha uns pontos pelo ponto de vista peculiar e pela hipótese assustadora que apresenta.

A midsummer night's dream, a segunda história com uma estrutura invulgar, já não consegue ser tão interessante, apesar da ideia curiosa de basicamente ter, digamos, "pessoas" a assistirem a uma peça de teatro sobre eles próprios. As personagens não passam de "potencialmente interessantes", provavelmente por causa do fraco desenvolvimento. Além disso o entrelaçar da história com a peça de teatro não corre lá muito bem.

Por fim a minha história favorita, Façade, a mais estranha e que tem o bónus de ter a irmã de Morpheus, Death, na sua versão mais adorável. Estas poucas páginas lêem-se quase como um ensaio sobre a morte, tanto a definitiva como a que se processa enquanto estamos vivos e sozinhos, por uma razão ou por outra. Muito interessante, até pela forma como aborda a personagem principal, Element Girl, uma personagem obscura do mundo da DC.

Em suma, este é um livro interessante, mas não tão interessante quanto isso.

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