sexta-feira, 7 de março de 2014

Saga #2

Título: Saga #2

Argumento: Brian K. Vaughan
Desenho: Fiona Staples

Opinião: Brilhante. Já foi assim que comecei a opinião ao primeiro volume, e por este andar vai ser assim que vou começar a de todos os volumes!

Vaughan tem aqui um universo rico, recheado de uma quantidade imensa de personagens, todas elas interessantes, e a maior parte bastante estranhas.

As ideias e os conceitos com que o autor povoou esta peculiar space opera são das coisas mais curiosas que já vi juntas, mas funcionam bem assim. O argumento é bom, a arte de Staples é fenomenal, e tudo o que acontece deixa-me completamente agarrado às páginas.

Como pano de fundo temos a história de uma batalha intergaláctica entre os tipos com asas e os tipos com cornos (que apelido carinhosamente de asinhas e chifrudos, respectivamente), que levaram os combates para longe dos planetas natais (um planeta e a sua lua), porque a destruição de um implica a catástrofe no outro. Pelo meio há freelancers, uma estranha realeza que em vez de cabeças, tem monitores, fantasmas... A sério, é escolherem.

E se no primeiro volume há bastantes pistas quanto ao passado do casal protagonista, Alana e Marko, neste contam-se de facto alguns pedaços, o que se revela mais do que interessante. O facto de tudo ser narrado (ainda que parcamente) pela filha de ambos, Hazel, que ainda é um bebé na história, torna tudo muito mais divertido. O tom é engraçado, a forma como apresenta as coisas é original... Enfim, uma catrefada de elogios, que se aplica ao livro, e à colecção, como um todo.

A melhor característica ainda é o facto de ser um verdadeiro épico, a saltitar entre planetas e com grandes planos da imensidão do espaço, mas nunca se esquecer que está basicamente a contar a história de um amor impossível. É só. Se de um lado há uma nave de madeira a impulsionar-se na negra vastidão do espaço, do outro existem dilemas como "os pais dele não gostam de mim", "o nome da tua filha é bonito" e "tenho que ir buscar a babysitter".

Uma junção conseguida na perfeição por Vaughan, que pelo meio de tanta coisa estranha mostra que a narrativa é sobre aquele casal, Alana e Marko, da forma mais banal possível. Tudo o resto são efeitos secundários. Além disso ainda conseguir contar uma história coesa, interessante e cativante, sempre acompanhado por uma arte irrepreensível e que não deixa nada a desejar... De mestre!

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