segunda-feira, 7 de abril de 2014

X-Men #2


Argumento: Brian Michael Bendis
Desenho: Stuart Immonen, David Marquez
Tradução: Filipe Faria

Opinião: Como se pode ver pela capa, este segundo número é bastante focado em Jean Grey, uma das mutantes mais poderosas, controversas e ressuscitadas de sempre. Não tenho a certeza se sou grande fã dela, porque além dos momentos overpowered, não me parece a personagem com as melhores escolhas à face da terra (quem é que no seu perfeito juízo gosta mais do Ciclope do que do Wolverine?).

No entanto fiquei agradado com a forma como aparece nesta nova linha narrativa. Depois de no primeiro número Hank McCoy, o Besta, ter andado a brincar com o passado e o futuro, eis que nos deparamos com a situação crítica de ter o Ciclope do presente e o seu bando de mutantes renegados e ligeiramente fascistas a esbarrarem com os X-Men originais.

Não é das piores histórias que já vi, e o motivo de Besta é bastante razoável, ainda que um bocadinho demasiado complicado: quer confrontar Ciclope com uma versão sua mais inocente, para que ganhe consciência do quão errada é a sua conduta actual.

Pessoalmente não percebo bem como é que isto é mais simples do que dar-lhe um enxerto de porrada até ganhar juízo, ou tentar dialogar de forma razoável com aquele que é um dos membros mais pacifistas e choninhas dos X-Men. Mas é assim que funciona no mundo dos super-heróis!

Como não podia deixar de ser, a história está recheada de confrontos, encontros, reencontros e comparações entre os X-Men originais e os actuais. O Hank McCoy do passado passa o tempo todo a tentar salvar o seu eu futuro, cuja mutação auto-infligida (a que o deixou peludo e azul) o está a matar; o Homem de Gelo do futuro e o do passado passam o tempo a comparar-se um ao outro e a assustarem-se um com o outro; o Ciclope do passado consegue tornar-se mais irritante do que o Ciclope original; o Anjo original acha estranho que o seu eu futuro não esteja em lado nenhum, e o momento em que o encontra é dos mais peculiares; e quase todas as personagens olham para a Jean Grey do passado com um misto de saudade e horror.

No entanto a história acaba por se focar mais na personagem de Jean Grey, que por um lado é a causa de muita coisa má que aconteceu a este grupo de rejeitados da sociedade, mas que por outro sempre foi um dos seus membros mais valiosos, poderosos e icónicos. Achei muito interessante a forma como as personagens lidam com ele: desde Wolverine, sempre durão mas claramente quase a quebrar, a Kitty Pride, que não era a maior fã de Jean, mas que cria uma ligação muito forte com esta Jean.

Por esse lado, as relações ficaram muito bem exploradas. Já para não falar que a interacção entre os Homens de Gelo e os Bestas é hilariante e espectacular.

Agora, onde é que isto vai levar? O confronto entre o grupo de Ciclope o grupo de X-Men "oficial", ajudado pelos X-Men originais, ainda deve andar longe. Pelo menos o definitivo. Mas os jovens pareciam bastante determinados. Não tenho a certeza de quais as consequências que isso vai trazer, mas estou certamente curioso. Apenas gostava de ver mais explicações, ou melhor, mais dicas das relações anteriores, porque isto de cair aqui de pára-quedas, por muito reset que tenha havido, só é engraçado até um certo ponto. Mas tirando isso... Bom trabalho que para aqui vai.

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