sexta-feira, 25 de abril de 2014

X-Men #3


Argumento: Brian Michael Bendis
Arte: Stuart Immonen e David Marquez
Tradutor: Filipe Faria

Opinião: Por mais fascinantes que eu os ache, é melhor que estes X-Men se desenvolvam rapidamente, porque isto corre o risco de se tornar fraco.

Neste comic já há um pouco da acção acelerada, divertida e inconsequente que caracterizam as típicas histórias de super-heróis, bem como o humor a piscar o olho aos filmes, mas não me convenceu.

O argumento até está bem construído, a forma como o Scott do passado lida com o facto de estar no futuro e a forma como o Scott do presente não lida com o facto de ver uma versão sua vinda do passado, por exemplo. Ou o fascínio do Anjo pelo seu eu mais novo e o mistério que este último não consegue deixar de sentir no seu eu mais velho.

É terreno perigoso, concedo. Viagens no tempo são muito complicadas de trabalhar, entre paradoxos e situações estranhas e imprevisíveis, mas uma coisa é certa: pode-se tornar muito interessante com uma velocidade impressionante.

Infelizmente Bendis apenas aborda esses assuntos muito ao de leve, preferindo "perder" mais tempo a desenvolver as personagens e a fazê-las interagir umas com as outras, o que não é mau, antes pelo contrário. Só se torna desagradável quando em tão pouco tempo narrativo se revisitam as mesmas personagens com exactamente os mesmos dilemas.

Ainda por cima dilemas juvenis. Por muito que eu gostasse de intrigas amorosas e afins, há um limite para a quantidade de vezes que eu conseguiria ouvir falar disso sem ter vontade de furar os tímpanos. E o argumentista decide ignorar isso e focar-se principalmente em três personagens que são as que acho menos interessantes: o Ciclope, a Jean Grey e o Anjo, os três vindo do passado e cada um a lidar de forma diferente com o que se está a passar.

Ciclope parece negar, um pouco como a sua versão adulta faz, mas sente um peso na consciência por algo que ainda não fez e que ainda por acima é acirrado pelos olhares recriminatórios dos outros mutantes. Já Jean Grey oscila entre o "mas o que é que eu estou aqui a fazer" e o "sou uma mulher forte e independente e vou fazer o que quer que seja preciso" com uma frequência assustadora. Mas embora não seja fã da personagem, devo dizer que fiquei impressionado e agradado com a sua faceta mais implacável nascida na adversidade, exemplificada quando convence o Anjo, completamente perdido, derrotado e humilhado, a juntar-se à sua causa, proporcionando, em 3 vinhetas, um dos momentos mais arrepiantes que já li na minha vida.

Isto tudo e ainda há tempo para os Anjos derrotarem um pelotão de assalto da Hydra, que decidiu que a Torre dos Vingadores ficava mais bonita na horizontal, mas infelizmente não há muito tempo para seguir os mais-ou-menos-vilões da história, Ciclope-adulto, Emma Frost, Magneto e companhia limitada. No entanto o aparecimento de Mystique (ou Raven, como lhe chamaram) é um elemento interessante e que pode desencadear muita desgraça, ou não estivesse esta personagem sempre ligada de alguma forma a algum tipo de caos.

Falta ver como é que tudo se desenvolve. Gostava de ver mais do Magneto porque, bem, o Magneto é fixe. E no final deste comic acontece algo com bastante bom aspecto mas que me é, de momento, completamente inexplicável. Ou seja, estou curioso, muito curioso, embora a minha confiança esta periclitante...

2 comentários:

Optimus Primal disse...

Porque o Bendis tal como Hickman desenvolve a sua saga em 2 revistas nesta e na Uncanny X-men que vai começar novo volume no proximo numero.

Rui Bastos disse...

Isso devia estar bem mais explícito...