sexta-feira, 13 de junho de 2014

CIA (Agências Secretas #2)


Autor: José Manuel-Diogo

Opinião: Sempre gostei de história. Normalmente sou mais fã de acontecimentos até ao Renascimento, mas também consigo arranjar interesse para algumas coisas mais recentes.

Uma dessas coisas, e que nunca falha, é a estupidez humana. Intemporal, enorme e surpreendentemente imutável, há sempre alguém, seja no que for, que consegue provar que a raça humana está completamente condenada.

Se alguma vez lerem este livro vão perceber o porquê desta introdução: mais do que a história de uma das agências de serviços secretos mais conhecidas de sempre, este livro conta uma história de erros sucessivos, idiotices, desorganização e uma completa deriva por parte de um pedaço do Estado Americano.

É pena, porque até começou bem. Ainda não se chamava CIA e tinha potencial: a descrição feita pelo autor é a de um grupo que "basicamente, explodia coisas". É impossível falhar, com essa linha de acção. Alguém a chatear? BOOM!

Mas depois o ímpeto esmoreceu... Trocaram-se as explosões por burocracia e todos ficámos a perder. A CIA rapidamente se tornou ora num fantoche do poder na Casa Branca, ora em algo demasiado irrelevante para que o poder na Casa Branca se interessasse, ora numa agência secreta super bem financiada que parecia só saber fazer porcaria.

Desastres diplomáticos, mortes, desentendimentos internacionais, brutais falhanços, you name it, CIA did it. Espanta-me que ainda exista, depois de ler este livro. Se uma coisas destas vier a público em Portugal, vamos ter uma semana ou duas de multidões com forquilhas, já para não falar que teríamos direito a linchamentos em praça pública.

De qualquer forma este livro é uma boa leitura. Acho que o autor fez um excelente trabalho, conseguiu ser conciso, contou-nos a parte que interessa, e mostrou-nos uma faceta da CIA que eu, pelo menos desconhecia: a ignorância.

É que durante 80% da sua história, esta agência não fazia a mínima ideia do que andava a fazer... Mandavam bitaites, faziam as operações que lhes eram pedidos, às vezes, e pronto.

Enfim, ridículo. Gostei da perspectiva que José-Manuel Diogo nos deu. O próximo volume é sobre o MI6, a agência britânica mais conhecida, à qual pertence o James Bond!

Sem comentários: