segunda-feira, 30 de junho de 2014

X-Men #5


Argumento: Brian Michael Bendis
Arte: Stuart Immonen, Wade Von Grawbadger, Marte Gracia, Rain Beredo

Opinião: Depois de quatro números em crescendo, esta quinta parte de X-Men perde o fôlego. A capa promete muita porrada e uma história repleta de acção, mas desenganem-se.

Foi como se tudo tivesse parado, especialmente tendo em conta que isto pega na parte que ficou pendurada no número três, já que o quatro correu de forma mais ou menos paralela aos números anteriores.

Alguma conversa, alguma proto-política mutante, muitos discursos inflamados e emocionados e pouca porrada. Os X-Men originais estão, acima de tudo, confusos; os actuais estão divididos e muito chateados; a facção liderada pelo Ciclope do presente estão muito seguros de si e cheios de vontade de iniciar uma guerra; e há ainda uma facção liderada pela Mística, que tem um qualquer plano secreto mas que por enquanto faz o que um vilão faz de melhor: lançar o caos.

O grande ponto negativo, no entanto, é mesmo a uniformização das personagens. As mais marcantes, como Wolverine, têm rasgos de individualidade, mas o que acontece de uma forma geral é que soam todas ao mesmo.

Não sei se é do estilo de Bendis ou se os comics contidos nesta revista são mais fracos do que o habitual, mas todas as personagens parecem falar da mesma forma, com os mesmos tiques, o mesmo tipo de saídas, as mesmas reacções... E isso é mau, muito mau, pois enquanto leitor quero é identificar e distinguir as personagens, quero ser capaz de dizer "aquela personagem fez algo muito fixe!" ou "esta personagem não esteve muito bem", mas não sei bem quem disse o quê. No fundo, parece-me que foi o argumentista a falar, e não as personagens...

O tipo de humor é de facto engraçado, mas não faz sentido da forma como está a ser usado. A narrativa até tinha vindo a evoluir de forma positiva, tal como faz aqui, ainda que mais lentamente, mas as personagens perdem-se frequentemente em discursos e confrontos verbais que mais parecem conversas de loucos - alguém a falar consigo próprio.

Mesmo assim não é uma má leitura, e não me lembro de outro mês em que tudo tenha ficado tão em aberto... Houve algumas surpresas, algumas coisas não tão surpreendentes quanto isso, e um certo avanço no enredo, que corria o risco de estagnar mas que se limitou a abrir todos os caminhos possíveis e a deixar-me a pensar por onde vai seguir agora. Em Julho saberemos.

Sem comentários: