segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Livro de Soror Saudade


Autora: Florbela Espanca


Opinião: Estão a ver? Eu tento. A sério que tento. Volta e meia, por muito espaçado que seja, pego num livro de poesia. E não volto sempre aos mesmos autores, tento diversificar a coisa, para ficar realmente a conhecer a poesia enquanto género, especialmente a poesia portuguesa.

Desta vez até o fiz numa edição espectacular, fac-similada de uma edição antiga. Este fac-símile é apenas um dos livros pertencentes a uma colecção, toda ela espectacular, comemorativa dos quinhentos anos da Biblioteca da Universidade da Coimbra, e prometo que irão ver mais volumes durante esta Temporada Temática.

Se tiverem interesse em ler, esta edição é boa, mas há outras, claro, uma das quais merece ser destacada de forma particular: a versão ebook do Projecto Adamastor. São boas versões, com uma boa edição e excelentes capas. Definitivamente aconselhado!

Passemos agora à parte desagradável. A leitura deste livro. Já se torna cansativo falar da minha relação com a poesia, portanto digo apenas que tentei ao máximo deixar os meus preconceitos de lado. O resultado não foi bom de qualquer forma.

Com apenas trinta e seis sonetos, custou-me um bocado a terminá-lo. Eu já sabia ao que ia, mas não me tinha verdadeiramente mentalizado para toda a lamechice presente nestas páginas. Ok, eu sei que não é lamechice, são poemas de amor, e de paixão, que muita gente considera muito bonitos, mas a mim não me apanham.

As imagens evocadas são relativamente banais, e o tom dos sonetos é repetitivo. Falam quase todos exactamente da mesma coisa, praticamente da mesma forma. Eugh.

Convenhamos que era um livro condenado à partida: não só era poesia como era poesia romântica duma época em que o romantismo andava em alta. Ficaria espantado era se tivesse gostado. A impressão com que fiquei foi a de estar a ler aquelas coisas que as adolescentes perdidamente apaixonadas escrevem para os seus mais-que-tudo que conheceram há duas semanas.

Não digo que não haja aqui qualidade: apenas me abstenho de emitir grandes juízos sobre isso, porque não é uma leitura à minha medida, e porque tanto subjectivamente como objectivamente... me aborreceu.

Sem comentários: