quarta-feira, 24 de junho de 2015

The Big Bang Theory [T8]



A comédia desta série é geek, é nerd e é particularmente exagerada, mas pronto, cai bem. A ciência não é um monte de balelas, é tão certa quanto possível, e as piadas matemáticas, físicas e afins aparecem a rodos.

Os engenheiros não saem muito bem vistos, que o único do grupo, Howard, é gozado e gozado por ser apenas um engenheiro. Mas pronto, eu não levo a mal.

Toda a gente conhece isto, não é? Sheldon Cooper, o físico teórico ligeiramente autista, extremamente peculiar, a tender para Mr. Spock, cheio de particularidades estranhas e um nível de parvoíce que lhe garantiriam muita pancada na vida real, vive com o físico experimental, Leonard Hofstadter, um tótózinho minimamente consciente do mundo real.

Os amigos são o Howard e o Raj, o engenheiro judeu de líbido activa e calças justas, e o astrofísico indiano, mais ou menos secretamente podre de rico, com tendências ligeiramente homossexuais e que é um pouco desfasado da realidade normal e da realidade dos seus amigos.

Parte importante do programa é também Penny, a vizinha boazona e burrinha (mas esperta em termos práticos) de Leonard e Sheldon, que serve como namorada, e agora noiva, de Leonard, e como excelente contraponto para toda a inteligência (e burrice em termos práticos) destes nerdzinhos todos.

Já mais tarde apareceu a Bernardette, que se tornou mulher do Howard, e a Amy, que parece uma versão feminina do Sheldon, excepto a parte de ser irritante e completamente alheado da realidade, e que se tornou, obviamente, na sua namorada.

A dinâmica nesta temporada, tal como nas últimas, já é bastante diferente das primeiras, em que eram basicamente os quatro da vida airada (Leonard, Sheldon, Raj e Howard) acompanhados de Penny que estavam no centro da narrativa e a dominar por completo o tempo de antena, o elenco principal está agora mais alargado, e estão todos casados, prometidos, enamorados ou de alguma forma comprometidos. Sim, até o Sheldon.

Isto leva a que o humor seja ligeiramente diferente do habitual "estamos a falar de física e a Penny não percebe nada". O que é bom. Era a única forma que a série tinha de continuar minimamente interessante após tanta temporada. Algo que, diga-se de passagem, mal consegue fazer.

A temporada foi boa, ou melhor, não foi má. Teve vários momentos importantes, desde a morte da mãe do Howard (por causa da morte da actriz) a vários avanços e recuos nas várias relações existentes entre os rapazes e as respectivas caras-metades. O próprio Sheldon, claramente o protagonista desde o primeiro dia, teve algum desenvolvimento e aprendeu a lidar melhor com algumas coisas, ao mesmo tempo que, infelizmente, se manteve péssima pessoa para outras tantas.

Acho que a série consegue é que as pessoas façam o que se faz ao Sheldon: um tipo habitua-se. E é verdade. O humor e a dinâmica mudaram, mas há muita coisa que se manteve exactamente igual, o que é ao mesmo tempo bom e mau. Bom porque já sabemos com o que contar, e são coisas que gostamos e pronto; mau porque o programa não evolui. As temporadas parecem todas iguais umas às outras, e não fosse o aparecimento de novas personagens, que obrigam a novas situações, e ainda seria mais difícil distinguir umas coisas das outras.

Uma prova disso mesmo é que se me perguntarem "em que temporada é que se deu determinado acontecimento?", eu não faço a mais pálida ideia. Talvez consiga dizer "foi numa das primeiras" ou "foi numa das últimas", mas mais específico que isso nem pensar. Exactamente porque as temporadas são todas muito iguais!

Mas podia ser pior. A verdade é que me continua a cativar, porque gosto das piadas, gosto dos gostinhos nerd e geek que o argumento consegue introduzir, até nos pormenores, desde o jarro das bolachas que é o Batman à quantidade enorme de camisolas geek. É bom e sabe bem. Podia ser melhor? Sim. Podiam aproveitar melhor as personagens? Sim. Já tenho pena da Amy e vontade de chapadear o Sheldon? Sem dúvida. Mas a coisa continua e o final desta temporada promete mudanças suficientes na próxima para a coisa se voltar a tornar mais emocionante... O que espero sinceramente que aconteça, porque já está prometida não só a nona, ainda este ano, como uma décima temporada para 2016! Vamos lá malta, portem-se bem!

2 comentários:

Anónimo disse...

BAZINGAAA!!!!

Sinceramente, acho que a falta de desenvolvimento/desenvolvimento lento é uma das partes que mais gosto nesta história, porque permite vários episódios com diversos temas e muitas, mas mesmo muitas, gargalhadas.
Acho que ajuda a série a manter-se fiel à premissa original (4 génios/nerdíssimos ajudados por uma vizinha gostosa que sabe mais da vida que eles todos juntos...)
Se eles deixarem de ser os 4 tontos do costume (tipo o Sheldon descobrir que gosta de sexo e transformar-se de um dia para o outro num sedutor) a série perde um pouco a graça.
Quanto ao Sheldon acho que é das melhores personagens já escritas para televisão; o resto é apenas o actor a fazer o papel dele/ semelhante ao que ele é na vida real...
E quanto à falta de sexo do Sheldon, acho que é devido à mãe dele o ter educado para ser cristão... porque razão é que ele ia pedir a Amy em casamento antes to truka-truka????

Abraço e boa sorte para os exames!!!

FF

Rui Bastos disse...

Epah, mas não há evolução nenhuma! Aquilo continua engraçado, o tipo de humor da série será sempre um tipo de humor que me agrada bastante, mas epah... Passadas 8 temporadas houve quase 0 de evolução (Penny e Leonard estabilizados, Sheldon e Raj arranjaram namorada, Howard casou-se, a evolução do Sheldon na sua relação, mas pouco mais).

Agora, que o Sheldon é uma personagem e pêras, isso dou-te de barato :p Vamos ver como é que a coisa evolui na próxima temporada, que há potencial para muito!

Abraço e obrigado!