sexta-feira, 5 de junho de 2015

The Colour of Magic (Discworld #1)


Autor: Terry Pratchett


Opinião: The Colour of Magic é uma introdução. Mas melhor ainda, soou-me a um livro daqueles que se vendiam em panfletos, episódio a episódio. É que embora haja um fio condutor (e já lá vou) a sucessão de acontecimentos quase que parece aleatória. Se bem que o motivo é outro, e eu sei.

A fama de Pratchett precede-o. Especialmente agora, depois de morrer e andar nas bocas do mundo (mais ou menos). Toda a gente sabe que ele escrevia paródias autênticas. Críticas disfarçadas de humor. Autênticas sátiras. E que o fazia bem.

Este livro não engana. Se algum dia alguém disser "epah, vou escrever um livro a gozar com todos os clichés possíveis e imaginários da literatura de Fantasia", vamos ter todos que lhe dizer "esquece, já foi feito". E a melhor parte? Duvido que alguém o consiga fazer melhor.

O mundo criado por Pratchett é extremamente completo, caótico e realista, à sua própria maneira. Esta minha opinião é ligeiramente influenciada por já conhecer alguma coisa (mas não tanta como seria de esperar) de Discworld, mas isso não me impediu de ficar seriamente fascinado. Reparem na simplicidade da premissa: imaginem o vosso típico mundo de Fantasia. Agora imaginem que lá chega um turista, vindo de terras distantes, que mal percebe a língua e que acha tudo o que acontece muito "engraçado" e "típico".

É isso, tal e qual, o que acontece em The Colour of Magic. Tudo fica ainda melhor quando esse turista é um vendedor de seguros (o que origina uns trocadilhos para lá de hilariantes), se chama Twoflower, tem uma mala com perninhas e mau feitio, encontra um feiticeiro falhado e insiste em "viver aventuras".

A sério, é qualquer coisa de fantástico. O tal feiticeiro de que falei é o Rincewind, sabe apenas um feitiço e nem sabe qual. E é um cobarde de primeira, semi-perseguido pela Morte, que FALA ASSIM, porque não?, e tem um sentido de humor peculiar.

Pelo meio há de tudo. Viagens cósmicas (não estou a brincar), o melhor conceito de dragões que alguma vez vi na vida, uma montanha virada ao contrário, um conjunto de deuses que assumem como o que todos os deuses são: brincalhões, e uma série de aventuras como não há igual.

Já mencionei que o mundo de Pratchett, Discworld, é literalmente um disco empoleirado em quatro elefantes apoiados na carapaça de uma tartaruga gigante? E que há toda uma sociedade que quer viajar para o espaço de forma a saber o sexo dessa mesma tartaruga?

Só lendo. O que aconselho vivamente que façam. Pratchett era (infelizmente isto já tem de ser dito no passado) dono de um humor mordaz e assertivo que não insultava, mas dizia o que era preciso. A escrita é boa, embora estivesse à espera de melhor, mas nada muda o facto de que Terry Pratchett, ao escrever uma paródia aos livros de Fantasia, escreveu um fantástico livro de Fantasia!

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