sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Da Vinci's Demons [T2]



Eu queria mesmo muito gostar deste programa. A sério, adorava. A vida de um jovem Leonardo Da Vinci, a personagem histórica que mais admiro? Siga!

Mas a primeira temporada não me convenceu. A personagem é uma caricatura romantizada de Da Vinci, o que se podia justificar tendo em conta que é um programa de televisão, pronto. Mas o seu génio é encarado quase como uma série de inspirações semi-divinas que o deixam capaz de fazer coisas literalmente impossíveis.

Todas as outras personagens à sua volta só lá estão para realçar o quão espectacular ele é, mesmo os vilões e as personagens ambíguas, que ainda são a melhor parte do elenco. E tudo isto falha espectacularmente, com desenvolvimento atrás de desenvolvimento que não fazem ponta de sentido.

"Mas ainda pode melhorar!", pensei eu, ingénuo. Nope. A segunda temporada eleva o ridículo a novos níveis que eu achava impensáveis. O resultado é uma sequência de episódios com o enredo mais idiota que eu já vi num programa de televisão, e um herói que resolve todas as situações possíveis e imaginárias das formas mais idiotas que eu já vi num programa de televisão.

E eu sou um fiel seguidor de Doctor Who, em que a personagem principal às vezes derrota inimigos só de gritar com eles, e que no último episódio usou enguias eléctricas para derrotar uma raça de guerreiros alienígenas que se estavam a disfarçar de deuses nórdicos, no meio de uma aldeia Viking.

Da Vinci's Demons tem menos credibilidade do que isso. Ninguém é capaz de acreditar nas resoluções da personagem principal, que aprende a falar uma língua que nunca tinha ouvido, completamente diferente de todas as línguas existentes no mundo que conhece, em meia dúzia de horas.

Aquela coisa chamada suspensão da crença? Aqui não existe. E portanto, por muito que os vilões até sejam interessantes (um papa maléfico que é na realidade o irmão gémeo do verdadeiro papa e que o tem preso para lhe roubar o lugar? contem-me antes essa história!!!), e que a série ainda tenha algum potencial (muito, muito pouco), para mim acaba aqui, e com uma prestação absolutamente miserável.

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