sábado, 24 de outubro de 2015

[Projecto Adamastor] - Votação «Os Melhores Romances Escritos em Língua Portuguesa»



É sempre bom falar do Projecto Adamastor. Uma das iniciativas com mais potencial e mais qualidade que me lembro de ver no panorama literário português. E inteiramente sobrevivente à base de voluntariado, boa-vontade e, tenho a certeza, alguma (abençoada) carolice!

Quando o projecto foi lançado, entrevistei o Ricardo Lourenço, o culpado da sua existência. Desde aí tudo evoluiu e o projecto passou a incluir uma colecção de ficção especulativa, a Colecção Génesis, uma fantástica adição ao já fantástico catálogo.

(De notar as impressionantes capas!)

Agora há um novo objectivo: o de elaborar uma lista dos melhores romances em língua portuguesa. Mais uma iniciativa de louvar e em que vale a pena participar.

Fiquem também com uma nova  e pequena entrevista a Ricardo Lourenço, que merece a minha admiração pela forma como tem guiado e desenvolvido o projecto.

Há quase um ano o Projecto Adamastor passou a incluir uma colecção de Ficção Especulativa, a Colecção Génesis. Sei que era o objectivo inicial do Projecto, mas o que permitiu que isto fosse finalmente feito?

Creio que o que nos permitiu esse regresso às origens foi o facto de termos estabelecido as bases do projecto. A experiência acumulada ao longo dos primeiros dois anos de actividade abriu-nos novos horizontes e pareceu-nos uma boa oportunidade não só para diversificarmos o nosso catálogo, mas também para divulgarmos obras que muitas vezes acabam por ser menosprezadas devido ao género literário em que se inserem.

A colaboração dos membros do grupo Tr­­ëma foi também essencial, tanto na selecção das obras da colecção, como no processo de revisão das mesmas.

O Projecto continua a viver exclusivamente de trabalho voluntário? Como é que tem sido essa experiência?

Sim, continuamos a depender de trabalho voluntário. Não existindo qualquer remuneração, os colaboradores contribuem essencialmente por gosto, demonstrando uma dedicação louvável. Nesse aspecto a experiência tem sido bastante agradável.

No entanto, como seria de esperar, este modelo implica também algumas limitações: por um lado porque a disponibilidade de cada um varia consoante os seus compromissos pessoais e profissionais, por outro porque os custos associados ao projecto, embora não sejam excessivos, têm de ser suportados por nós.

Qual é a tua posição actual sobre o Novo Acordo, em termos de o incluir nos lançamentos do Projecto?

De momento a nossa posição mantém-se inalterada: continuaremos a publicar os nossos eBooks sem aplicar o Novo Acordo. Caso este venha a ser ratificado por todos os países de expressão portuguesa, voltaremos a debater internamente esta questão.

Como é que tens visto a abertura e o interesse das pessoas neste Projecto?

Em geral a resposta tem sido positiva e acredito que, à medida que o mercado digital se for desenvolvendo no nosso país, tenderá a melhorar. Apesar disso, desde o início da nossa actividade temos vindo a lutar contra um certo preconceito: refiro-me à noção de que aquilo que é gratuito é necessariamente de qualidade inferior. Tentamos contrariar essa ideia a cada novo lançamento, através de um trabalho rigoroso, tanto a nível de revisão como de design.

Para terminar, qualquer pessoa pode ajudar? Como?

O único requisito é mesmo o gosto pela literatura. Aos interessados costumo recomendar a leitura do nosso Guia do Colaborador, para terem noção das tarefas envolvidas na produção das nossas edições digitais e, assim, decidirem qual a melhor forma para contribuírem. Acreditamos que essa liberdade de escolha é importante; também não existe qualquer imposição em termos de prazos, pelo que cada pessoa pode trabalhar ao que ritmo que julgar mais apropriado.

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